quinta-feira, maio 1

Para a tua Metropolis a poesia de Mário Cesariny


Imagem: P.P. Obrigada

Sonhei-te numa cidade espacial
numa metropolis sem nome,
com um número talvez, como tantas iguais
mas onde, para além do labor, irradia a luz
e ainda se podia ouvir poesia no ar.

Sei hoje que essa cidade se afundou.
Mas mesmo assim ainda se ouvem poemas no ar.

Movimento

«movimento de alma
silêncio, emoção
de doçura meia,
essa tua palma
sobre a minha mão
o que tem que eu leia?

para lá da floresta
onde as coisas são
sem minha licença,
mais lenear que esta
confusa razão
da tua presença

não há outro sim
que não tem dizer
e é mais movimento
qualquer coisa assim
como um tempo sem fim
como um espaço sem tempo»

Manual de Prestidigitação, in Poemário, 2008, Assírio & Alvim


«Queria de ti um país de bondade e de bruma
queria de ti o mar de uma rosa de espuma»

Manual de Prestidigitação, in Diário, 2008, Assírio

2 comentários:

Anônimo disse...

Um dia hei-de descortinar amiga quem te enche a alma de tanta poesia.
A fotografia da Metropolis é também muito bonita.
Que permuta é essa das palavras e imagens que consigo vislumbrar no ar?

A Lusitânia disse...

Talvez se chame apenas a «Consistência do sonho», pois ele requer o melhor de nós.