quinta-feira, julho 31

O Páteo alfacinha


Quase, quase a chegar ....




























Mas ainda há que trabalhar!
Uma nova sala vou ter que ocupar ... e a minha jenela deixar. Pena a vista, mas vou lá à mesma espreitar.
E, como hoje foram bons os sinais da manhã, para animar, a primeira coisa que fiz na minha nova sala foi um tango dançar.
Convém não perder o treino ... porque sei que, um dia, um tango bem dançado ainda me surpreenderá!

A vida já me ensinou, e bem ontem o pude comprovar, que há coisas que só morrem mesmo pelas nossas mãos!

quarta-feira, julho 30

A Praça das Flores e a exposição sobre José Relvas na Assembleia da República



Ao J.V.M.

Por ainda me fazer lembrar que a verdade existe; que o tempo nem tudo esmaga ou mata;
que os símbolos são, de facto, para respeitar.
A ti outros tantos vinte anos de amizade.







Vale a pena ver a exposição sobre um dos mais poéticos Republicanos que Portugal conheceu.

Na sua maioria, a colecção exposta pertence à Casa (Museu) dos Patudos, propriedade que foi de José Relvas, cujo projecto é do início da carreira de Raúl Lino.

Sim, vale a pena conhecer os apentamentos e escritos, os retratos, pinturas, porcelanas de amigos e correligionários, sendo de destacar as peças que lhe foram oferecidas por Bordalo Pinheiro.

E ver-lhe o rosto e corpo esguio de quem, lutando, também foi capaz de sonhar.
Nunca deixou de tocar e o seu violino Stradivarius, que lhe foi oferecido pelo seu pai, o conhecido fotógrafo Carlos Relvas (vale a pena ver a sua Casa/Museu na Golegã), e que o acompanhou a vida toda.

Mas terei que lá voltar para ver melhor!
Ficará para Setembro, porque, desta vez, J.V.M., vou mesmo aceitar os símbolos ainda mais respeitar e neles me iniciar.
Sim, agora preparada estou.

Já pensei muito bem



Ao ver todos os meus colegas quase de partida para a praia, campo, serra, ilhas do paraíso, sempre a fazer que estão com ar da maior felicidade do mundo, cheios de atributos bem visíveis a lembrar o mar, como sejam uns grandes e caros óculos de sol, que tanto se podem usar na cara como no cabelo ... (para quem por eles quer ver), calções, bermudas e tantas outras coisas com a mesma configuração, lembrei-me de uma velha canção:

« Já pensei muito bem
tudo quanto convém
prá praia levar ....

o pente, espelho, baton
um creme muito bom
para me bronzear ...

o biquini encarnado ....

e, como é bom de ver,
não podia esquecer
os meus óculos de sol

pois eu sei que vou-te encontrar
com outra ao lado
à beira-mar
e vou passar a tarde a chorar!!!!!


(a letra está toda mal, mas não tem importância para o caso ...)

Ao ver tais preparos, desisti logo das férias de sonho que programara na ilha da Praia, a ouvir mornas e coladeras, a beber vinho branco fresco e a comer camarões, fui desfazer a mala a correr, libertando-a de tudo que me pudesse lembrar a rota dos ilhéus, parti os óculos em fanicos e resolvi voltar a Serpa, para concluir com os meus colegas os trabalhos do Workshop.



Ao menos ali sei que encontrarei o mundo todo quase sem ter que me movimentar e, muito menos, pagar!

Há calor e noras ao luar. O Pulo do Lobo e a praia fluvial para a Mariana ir espreitar.
















(Sempre ficam uns tostões para a entrada do computador, não tendo que pôr no prego a pulseira e os anéis ... pois pode ser necessário noutra ocasião!)



terça-feira, julho 29

A minha imperatriz africana




Guida, Guida minha, neta de Régulo, mas és mesmo uma Albarran... (razão tinha a nossa avó - és de nós a mais a ela igual!)

Toldado, bem mais, é o meu sangue de beirã; a ti ficou-te essa altivez de Castela, misturada com a África sem fim ... sem limite que não o céu, o mar ...

(já agora, quero também uma fotografia melhor com o vestido de cauda que ainda não o ver como deve ser....)

segunda-feira, julho 28

domingo, julho 27

Domenica - descansar, ler, nadar, passear. Há ainda a Livraria VOL (Vemos, ouvimos e lemos) para conhecer.



Sono sempre in ritardo questi italiani










A ética é estar à altura do que nos acontece, Deleuze
Cine-Teatro Municipal de Serpa

«Pois para ninguém é demasiado cedo nem demasiado tarde para a purificação da alma. Aquele que diz que a hora de filosofar não chegou ou já passou, assemelha-se ao que afirma que a hora não chegou, ou já passou, para a felicidade. São, por isso, chamados a filosofar o jovem como o velho. O segundo para que, envelhecendo, permaneça jovem em bens por gratidão para com o passado. E o primeiro para que jovem, seja também um antigo pela ausência de receio em relação ao futuro. Devemo-nos, pois, preocupar com aquilo que cria a felicidade, já que com ela possuímos tudo e sem ela tudo fazemos para a obter.»

(...) O princípio de tudo isto e o maior dos bens é a prudência. É por isso que a prudência, donde provêm todas as outras virtudes, se revela, em última análise, mais preciosa que a filosofia: ensina-nos que não é possível viver com prazer sem prudência, sem honestidade e sem justiça, nem com essas três virtudes viver sem prazer. As virtudes são, com efeito, conaturais com o facto de viver com prazer e viver com prazer é indissociável delas».

Epicuro, Carta sobre a Felicidade



Reli ainda «Noites Brancas« de Dostoiéski. Um dos mais belos romances da história da literatura que, um dia, há muitos anos atrás, um amigo meu, por tal saber, me ofereceu em versão russa.

Não chore, não quero que chore - disse Nástenka, levantando-se prontamente do banco - vá, levanta-se, venha comigo, não chore, não chore - dizia ela, limpando as minhas lágrimas com o seu lenço - venha, vamo-nos daqui, agora; talvez eu lhe diga uma coisa ... Já que ele me abandonou, já que me esqueceu, embora ainda goste dele (não quero mentir) ... eu, oiça, responda-me a uma coisa. Se, por exemplo, eu me apaixonar por si, quer dizer, se eu apenas ... - Oh, meu amigo, meu amigo! Só de pensar, só de pensar que o insultei, que me ri do seu amor, quando o louvei por não se ter apaixonado por mim! ... Oh, meu Deus! Como não percebi isso, como foi possível, estúpida que fui, mas pronto ... decidi-me, vou dizer-lhe tudo.
(...)
Amo-o a ele, mas isso passa, tem de passar, não pode deixar de passar, já está a passar, sinto-o ... Quem sabe, talvez hoje mesmo acabe, porque o odeio, porque brincou comigo, enquanto você chorava aqui comigo, porque não me rejeitaria como ele, porque me ama, e ele não me amava, porque, ao fim e ao cabo, também gosto de si ...




Amanhã há que retornar ao trabalho, pois continuam as sessões.

O Nora




sábado, julho 26

As minhas arquitecturas afectivas - o Guadiana

Ao Paulo, ainda.
Porque, para o bem e para o mal, faz parte das minhas geografias e arquitecturas afectivas!
Para que as saibamos viver, da forma que só nós (cada vez com mais verdade) temos a aprender ... e que apenas a nós respeitará.
Por isso, nada me digam, não intentem mais ... porque as geografias afectivas de cada um, só a ele próprio pertencerão!



Comunicação João Nunes, A criação do Parque do Guadiana




Praia fluvial das Minas de S. Domingos







Os moinhos de maré do Guadiana

As minhas arquitecturas afectivas - secondo giorno

Ao Paulo, pelas viagens percorridas.
Porque há nova viagem a iniciar.

E porque a memória não se deve lixiviar: só o faz quem se esquece (ou quer esquecer) de si!

A Susana e o Antonio Angelillo também mandam um abraço.
(Ainda tens a gravata de seda natural que eles te deram?)
Presumo que, de férias, não te faça falta ... mas, quem sabe, um dia a voltes a usar).

Vem daí, se tiveres vagar!!!!




Hoje vamos ver os oito pontos que o workshop vai tratar. Todos ao longo do Guadiana ..

O Parque do Vale do Guadiana, que se prolonga pelo concelho de Mértola abrange 70.000 hectares, nem sempre navegáveis ao longo do tempo.

O Pulo do Lobo, entre Serpa e Mértola, é o ponto onde se unem dois troços do Guadiana, e que, nesta parte do leito, estão separados por treze metros de altura.

Os moinhos de água permitiam dar vazão ao cultivo de cereais, designadamente o trigo, remontando a grande parte deles dos séculos XVIII e XIX. Contudo, há alguns de origem medieval.

Voltarei aos moinhos depois ....