quinta-feira, abril 10

As minhas geografias afectivas - o jardim do Campo Santana



Será todos os dias surpreendente. Ainda há velhos nos bancos, fazendo a batota possível. Têm nas mãos trémulas cartas já desgastadas e nos bolsos moedas e notas para gastar.
Ainda há patos e ganços sacudindo das penas as águas sujas do lago.
Ainda há inscrições rememorativas dos combatentes de Portugal.
Tais heróis liberais que viram findar o Portugal de D. Miguel, mortos na praça que lhes foi fatal.
Ainda há a mesma esplanada que, sempre decadente, parece não querer mudar.
Ao longe o castelo, sobranceiro, ainda nos continua a espreitar.
Do outro lado, o Torel, o jardim mais bonito de Lisboa, espraia-se até à Baixa deixando ver do alto como a cidade pertence, de facto, às suas sete colinas.

Hoje só por lá passei a correr ...

2 comentários:

Susana Neves disse...

O Campo de Santa Ana, porque ali também havia o convento, é até hoje um lugar de poder e de prática de cultos.

Está cheio de vida, apesar de sucessivas feridas urbanísticas: galos que correm atrás de outros, gansos em procissão, caudas de pavões curiosos, e muitas espécies diferentes de árvores, como as paineiras, as casuarinas, o magnífico Pinheiro Manso, etc...
Ora aqui temos uma afinidade geográfica.

susana

A Lusitânia disse...

Que bom Mariposa, espero que haja mais.