sábado, abril 26

A Liberdade passou por aqui


Ouvi dizer um dia que a liberdade passou por aqui.
Inalei-a, tal planta à espera de água, sedenta.
E do corpo brotou o sinal: podia ser uma mulher.
Trémula votei, quando finalmente tive voz.
Gritei calada que nunca mais decidiriam por mim. Escolhi.
Enunciei o significado do voto vezes sem fim.
E, no dia a dia, dei força ao crescer.
Que restou afinal?
As palavras que me cortam as mãos, mas que as fortalecem.
Pois, podia decidir: da minha alma, do meu corpo, do meu prazer e das coisas que ia dizer.
Sem me esconder de mim e dos outros!

Queria fazer uma homenagem a todas as Mulheres e Homens que, combatendo com as armas que tinham e sabiam usar, alguns dos quais usando a escrita e a poesia, conseguiram derrubar um Regime Autocrático, onde o pensar ou agir de forma diferente era motivo de prisão, de ameaça calada, de pressão e de descriminação.
A eles, que hoje nos permitem não ter medo de pensar, o meu sentido OBRIGADA E ATÉ SEMPRE.

E porque a Liberdade não é palavra vã e não é só para o que nos convém, é necessário saber escolher, doa o que doer, pois apenas nessa escolha reside a sua verdadeira essência.

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