quinta-feira, junho 12

À hora de dormir: a porta sagrada da poesia

Urgente é, se o é, que as crianças entrem na vida "pela porta sagrada da poesia".
Sem o valor da literatura, da escrita, da poesia e da música pouco mais se consegue conceber da vida do que a desolação!
Assim, cada noite, ao adormecer, ao deitar, dou graças por existirem livros como «Eu bem vi nascer o sol», a exemplo deste que Alice Vieira organizou, conseguindo juntar poesias populares de molde a fazer adormecer e sonhar:

Adeus cidade de Beja
terra da minha desgraça
eram três da tarde
quando fui assentar praça.

Adeus castelo de Moura
quem te visse derrubado
por causa daquele castelo
é que eu fui para soldado.

À entrada de Beja está
uma pedrinha amarela
onde ando a passear
quando estou de sentinela.

A minha praça é Beja
o meu regimento é o onze
ainda espero abrandar
o teu coração de bronze.


(...) "Canção do Soldado", Eu bem vi nascer o Sol, Antologia da Poesia Popular Portuguesa (Seg. Alice Vieira), Editorial Caminho

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