sexta-feira, março 27

Ainda a propósito do Dia Mundial do Teatro: Medeia, Eurípedes (reed.)


Aia:
«A infortunada, a ultrajada Medeia declara em altos brados os juramentos, apela para a união das mãos, o mais forte dos penhores; toma os deuses como testemunhas do reconhecimento que recebe de Jasão. Deprimida, sem se alimentar, abandona o corpo às suas dores; consome dias inteiros em pranto desde que conheceu a perfídia do marido; já não alça a vista nem desprende do chão o olhar; parece uma rocha ou uma onda do mar, quando ouve a consolação dos amigos. Todavia, às vezes desvia a cara deslumbrante de alvura e, sozinha, chora o pai amado, a pátria, o palácio que renegou e deixou para seguir o homem que a mantém hoje desprezada.
Sabe, essa infeliz, para seu próprio infortúnio, o que se ganha em renunciar ao solo natal.
(...)
Receio que intente qualquer vingança inesperada. É uma alma violenta, não suporta as afrontas».

Um comentário:

Anônimo disse...

Mulher marcada pelo seu destino, o "fatum" tal como ifigénia que levara consigo todo o peso da maldição dos Atride. Curiosamente, a substituição de Ifigénia por uma corça na hora presumida do seu sacrificio, lembra o fim dum conto para criança .....Branca Neve!