sábado, novembro 22

O Inumano, Jean-François Lyotard (reed.)


A domus é uma mónade: «um modo do espaço, do tempo e do corpo».

Quando mudamos de casa alteramos toda a relação do espaço doméstico, social, religioso, físico. E, até encontrarmos um novo lugar, onde se reanimem o «ritmo e a rima», andamos perdidos entre objectos sem ambiente.

Talvez por isso há sempre alguns objectos que são os últimos a mudar: para que as nossas referências não se percam totalmente.

Segundo Lyotard «A linguagem doméstica obedece ao ritmo. Contam-se: as gerações, os meios ambientes, as estações, o juízo e a loucura. A narração faz rimar o início e fim, cicatriza as interrupções. Cada um na casa encontra o seu lugar e o seu nome, e os episódios anexos. O seu nascimento e morte também se inscrevem, irão inscrever-se no círculo das coisas e das almas consigo próprias.»





















Mas, também por isso, às vezes é bom mudar os deuses de lugar, acautelando, contudo, que os mesmos mantenham sempre acesa a luz que os deve acompanhar.

Uma coisa sei, nesta que é a minha, sinto-me bem, acesas as velas aos Lares.

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