segunda-feira, agosto 25

Os Passos em Volta, Herberto Helder

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Na mesa de cabeceira encontrei os Passos em Volta do Herberto Helder.
Recordando velhas viagens.
Lembrando-me da grande viagem que, caminhantes eternos, podemos fazer dentro de nós.

O maior dos périplos...

Antuérpia é uma cidade difícil.
(...)
Nunca se chegará a saber o que viera procurar aquele homem, o que fazia ele e4m Antuérpia no fim de fevereiro gelado. Teria um propósito, parecia não vacilar sobre as luzes que começavam agora no meio do nevoeiro. Os anúncios luminosos pulsavam: era o corpo da cidade; e essas figurações vivamente entalhadas na noite, essa escrita brusca, renascida, eram indecifráveis para um intruso.

(...) Tudo isto era absudo. Ou antes, as coisas complicavam-se.
Tratava-se de uma cidade difícil. Não poderia averiguar até que ponto a sua alma - dele - era inocente e, depois, até que ponto a inocência é uma arma.
(...) O que o esse homem procurava e achou não é exemplo. E embora a poesia seja uma proposta ou solução moral, nós, os desta nação, mal podemos imaginar as alegrias e dores do homem estrangeiro, ao frio e à névoa, na grande solidão dessa rua circular que talvez não exista em Antuérpia nem noutra qualquer cidade de um tão grande, tão grande mundo
.

Recordei ainda uma remota viagem em que, chegada a horas tardias, pois os albergues de juventude já tinham fechado, nada mais me restou do que descansar num denominado "quarto de viajantes"...

A língua, esse neerlandês da Flandres, o porto ... e aquele ar de Judeu com que se dedicam às actividades de lapidadores, banqueiros e de comerciantes.

2 comentários:

Anônimo disse...

por onde andas caminhante?

bettips disse...

Não é difícil perceber, tendo o coração perto!
Digo eu, que não sei nada...
Bj