


Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Alberto Caeiro, Ficções do Interlúdio
(in Diário 2008, Assírio & Alvim)
O que mais quero é finalmente a alma sossegar!
Sim, descansar. Esquecer tudo o que o sono me tirou, para poder, finalmente, mergulhar!
Enterrar na areia tudo o que me magoou e deitar-me ao vento!
Que a brisa traga com ela o sereno gesto dos que me vierem por bem visitar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário