quinta-feira, agosto 27

O SONHO foge nas pálpebras

A quarta vela exausta

dentro adormece do mar.

Os amuletos, tuas partes visíveis

Começam dentro do ar

O chamamento da deusa, metamorfose

De uma rapariga em mil e uma portas

Que o céu tilintando abre ao javali.

Agora só nos resta para escaparmos

à noite o claro susto das constelações

A falésia do amor

Onde nasce e tomba

E ressuscita

O séquito das mãos

A garça e o falcão.

Gil de Carvalho, Viagens, in Poemário

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