quarta-feira, março 12

El Cuerpo, Ediciones Siruela. À Cris, de novo












Já uma vez escrevi: os livros são como as pessoas; quando se redescobrem ou são tão fortes ou mais do que a primeira vez que os conhecemos, olhamos ou vimos, ou se esbatem no esquecimento.

Ainda em arrumações, redescobri um livro fantástico sobre o corpo, mas mais do que isso, sobre a representação do corpo na fotografia.

Organizado por temas tais como carne, política, mente, eros, espelho, é uma obra prima dos anos noventa, e um reflexo da relevância que o final da centúria deu ao corpo, seja ele dilacerado pelas guerras, sofrido com a explosão da SIDA ou vivido como objecto de beleza e de erotismo ou pornografia a que a mesma centúria assitiu e consumiu.

Úm belíssimo prefácio e uma forte introdução fazem-nos rever como foi sendo tratada a representação do corpo através dessa extraordinária invenção que foi a fotografia.

Descobri ontem, à mesa de um dos locais que pertencem às minhas geografias afectivas que eu e a Cris íamos trabalhar sobre o corpo. Eu sobre corpos sociais, hoje mumificados, questionando de que forma se continuam, contudo, a representar...a fazer representar. Falando das cicatrizes... ruínas que o tempo instalou e que, mesmo assim, ainda se querem expressar ...
Ela, do corpo orgânico, presente, da sedução e da representação ... fazendo a memória projectiva que só o desejo consegue contruir ....

Cris, reitero, há almoços que deviam ser decretados "bens de interesse cultural".

2 comentários:

cris disse...

Esse livro é importante, imagino eu que me interesso pelo corpo e suas representações. Um feliz sábado, com música ou com o sabor das palavras.
Cd.

A Lusitânia disse...

agora, para ti a Lourdes Castro