sexta-feira, setembro 14

Conimbriga


As cidades, todas as cidades contam histórias. As que hoje são vivas e as que chamam "mortas".

Conimbriga é uma cidade como outra qualquer. Nascida apenas antes de algumas outras: aqui o tempo já antes do Império de Roma a viu crescer. Da Idade do Bronze e do Ferro ficaram testemunhos que Roma absorveu.Cidade romana de origem indígena cuja ocupação remonta, pelo menos, ao Bronze Final.

Este povoado foi lugar central na área do Baixo Mondego no período orientalizante, mantendo-se ao longo de toda a Idade do Ferro como um dos maiores oppida do centro do país.


Conquistada provavelmente em 136 a.C., durante as campanhas de décimo Júnio Bruto, a cidade será alvo de uma importante renovação urbanística sob o principado de Augusto, que se vai estender a finais do século I: o fórum, primeiras termas públicas (cerca de 12 a.C.), muralha, anfiteatro, ampliação do fórum com a construção de uma basílica de três naves (ao longo do período Júlio Claudiano), novas termas, remodelação das antigas e do fórum (ao longo do período Flávio-Trajânico).



Amuralhada se viu a urbs desde o século I, sofreu ampas remodelações quando lhe foi concedido o estatudo de Munícípio por Vespasiano, se bem que a decadência do Império, a partir do século III, tenha visto o perímetro da cidade decrescer, dando lugar a uma imponente edificação militar, a muralha do Baixo Império.

No século V, a cidade entra em decadência após várias incursões Suévicas, situando-se o seu abandono  por volta do século IX.



Conimbriga tem tudo o que as cidades de Roma costumam ter: casas pobres e ricas, apartamentos, vias, termas, lugares de espectáculo, como o anfiteatro, e o seu centro cívico.



O Forum, que alguns quiseram melhor interpretar e parcialmente reconstruir, refazendo ambientes e espacialidades, tinha, sob a mira do olhar que o poder centralizado da Roma imperial impunha, um templo, esse lugar axial. Tanto poder naquele mesmo local, esse Forum do dever e do prazer; do profano e do sagrado com o seu santuário dedicado ao culto imperial...





















E Conínbriga tem ainda um aqueduto com águas vindas de Alcabideque para a cidade fornecer.

Conimbriga tem um Museu; uma réplica de um atrium com laranjas e ervas de cheiro; tem uma "Casa dos Repuxos" como poucas há igual e tem ainda, decorando as salas e compartimentos das suas habitações, fragmentos pequeninos de pedras de cor que constituem mosaicos: histórias e histórias que os seus desenhos figurativos ou geométricos contarão. Aqui a caça e a mitologia foram temas de eleição.
Mas também o foi o de Teseu e do Minotauro assustador.

Mas tem ainda as marcas que o Homem deixou nos objectos que construiu, úteis e tão belos alguns.
Depositados em vários museus estão muitos desses objectos: no Museu Monográfico de Conímbriga , no Museu Municipal Dr. Santos Rocha, Figueira da Foz e no Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra.








Representação de botim ou sandália abotinada em estuque



Fragmento de pé calçado com sandália de couraçado em mármore. Origem romana, Século I. d.C. Museu Monográfico de Conimbriga. Setembro 2012.



Mas amanhã lhe voltarei que o ar próximo de Sicó tão bem me cansou ...


«A evidência arqueológica revela-nos que
Conimbriga foi habitada, pelo menos, entre 
o séc. IX a.C. e Sécs. VII-VIII, da nossa era. 

Quando os Romanos chegaram, na
segunda metade do séc. I a.C., 
Conimbriga era um povoado florescente.
Graças à paz estabelecida na Lusitania
operou-se uma rápida romanização
da população indígena e Conimbriga tornou-
-se uma próspera cidade. 

Seguindo a profunda
crise poíítica e administrativa
do Império, Conimbriga sofreu as
consequências das invasões bárbaras.
Em 465 e em 468 os Suevos capturaram e
saquearam parcialmente a cidade, levando a 
que, paulatinamente, esta fosse abandonada.

Conimbriga corresponde actualmente a
uma área consagrada como monumento
nacional, definida por decreto em 1910».

Venha visitar estas ruínas.

Informação a itálico obtida a partir de:
http://www.conimbriga.pt/portugues/ruinas.html

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