sexta-feira, janeiro 15

A propósito dos Reis Magos

Não, não são reis, mas Magos. Os detentores do Saber. Os Adivinhos.




A designação “Mago” era dada, entre os Orientais, à classe dos sábios ou eruditos, embora a palavra também fosse usada para designar os astrólogos. 



Assim poderão ser sábios astrólogos, membros da classe sacerdotal de alguns povos orientais, como os caldeus, os persas ou medos.

Só muito posteriormente, a Igreja lhes atribuiu a designação “Reis”, em virtude da interpretação do Salmo 71,10.

Quanto ao número e nomes dos Reis Magos são apenas suposições sem confirmação histórica, sendo a sua atribuição posterior aos Evangelhos: Baltasar, Gaspar e Belchior (ou Melchior).

Belchior (ou Melchior) seria o representante da raça branca (europeia) e descenderia de Jafé; Gaspar representaria a raça amarela (asiática) e seria descendente de Sem; por sua vez, Baltasar representaria a raça negra e descenderia de Cam, embora, ao que parece, esta ideia apenas tenha surgido no século XVI.

Estariam assim representadas todas as raças bíblicas e as únicas conhecidas na altura: os semitas, os jafetitas e camitas.

Pode então dizer-se que a adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus simboliza a homenagem de todos os homens na Terra ao Rei dos reis, curvando-se perante Cristo com a sua divina realeza.

Em termos simbólicos, há quem defenda que a imagem dos Reis Magos simboliza que os os poderosos e abastados devem curvar-se perante os humildes, despojando-se dos seus bens e colocando-os aos pés dos demais seres humanos, ou seja, devem partilhar a sua fortuna com os mais pobres.

O Dia de Reis celebra-se a 6 de Janeiro, partindo-se do princípio que foi neste dia que os Reis Magos chegaram finalmente ao Menino Jesus, motivo porque, em alguns países, é no dia 6 de Janeiro que se entregam os presentes.

Os presentes dos Magos, que nunca as Sagradas Escrituras dizem que eram apenas três, foram ouro, incenso e mirra.
Obviamente esses presentes têm imensos conotações simbólicas.

Diz Mateus 2:11 "E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra".

O Ouro simbolizava a perfeição divina e dignidade real, portanto, é natural que o Envangelho se lhe refira como tratando-se de Jesus, o Rei dos judeus.

Mas em Alquimia, atingir o Ouro é chegar à perfeição individual. Um longo caminho até o alcançar.

Incenso era um perfume, usado nas cerimónias purificadoras.

Mirra, a a erva amarga, remete-nos aos sofrimentos e amarguras que Jesus iria sofrer e que o Homem em geral tem que ultrapassar.

Presenteando o que consideravam ser Filho de Deus vindo ao mundo, os sábios do oriente reconheciam em Jesus a Divindade eo Rei, mas destinado a sofrer para atingir a perfeição e com ela contagiar os restantes humanos. Ou seja a ter uma caminho inciciático.

A Estrela, essa Estrela d'Alva, é a LUZ que nos guia.

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