há caminhos traçados como os sulcos da mão
e nada, mesmo nada, lhes tirará o lugar ...
mesmo na dor, no suor, no gelo, no calor
há armas que não se limpam
nem no dia do rancor
há gritos que não se gritam
enquanto o uivo percorre as veias da mão
há lâminas que a cortar seriam para matar
mas de que serve a morte
se o caminho vai continuar?
há palavras que se não dizem
em nenhuma ocasião
há segredos que se contam apenas no interior de nós
como há horas que contam e outras não
porque tudo tem um sentido
mesmo que nos queiram dizer quer não
não, corrompidas não serão as minhas mãos
no doce sabor da solidão
Um comentário:
Não costumo ser bom em poesia, mas hoje ao ler-te quase que me apeteceu fazer-te um.
Tão presente senti o teu grito calado que tive vontade de te dizer, grita, grita, apenas para que não se cale a tua voz.
Para que aqui possa voltar, reencontrando o que chamas o teu "lugar".
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