terça-feira, setembro 2
Orlando, Virginia Woolf
Na imagem, trabalho de Júlia Ventura
«Com um pouco de resolução podemos, de facto, expulsar de nossa casa a Memória, essa atrevida, com todo o seu cortejo e seus pertences (...).
Da última vez que assim se detivera, o amor, com a sua horrenda comitiva, as suas charamelas, os seus címabalos e as suas cabeças decepadas, emolduradas de caracóis sangrentos, aproveitara para forçar a entrada. Por amor sofrera os tormentos dos danados. Agora de novo se detinha, e pela brecha assim aberta irromperam Ambição, essa megera, Poesia, essa Bruxa, e ânsia de Fama, essa rameira; todas três, de mâos dadas, fizeram do coração de Orlando o seu salão de baile. Perfilado na solidão do seu quarto, jurou que seria o primeiro poeta da sua raça e daria ao seu nome um fulgor imortal».
V.W.
Inebriante a (re)leitura deste livro.
Esta escrita no feminino de um Orlando em busca do Eterno, através das vidas (e emoções) que vai vivendo.
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