Pelos caminhos percorridos que ainda não esqueci.
«A ponte é uma passagem prá outra margem»
A ponte é o ponto onde dois caminhos se tornam num; uma travessia que permite vencer ritual e fisicamente a superfície da água, o vale, o declive e o precipício.
A ponte constrói-se de arcos de luz grande ou pequena: mas será sempre o retrato da solidez.
As suas guardas protegem quem passa: peões, carroças e carros milenares; viajantes e mercadorias.
A ponte viabiliza um itinerário; marca uma paisagem regrada que permite implantar as suas fundações.
Porque ela foi em Roma um meio, tendo permitido vitórias como as de Júlio César sobre os Germanos, junto ao Reno (Suetónio, Vida dos Doze Césares, «Divino César»), um veículo, viabilizando a ligação e subjugação de mundos infindáveis, a ponte é o símbolo da grandiosidade e da perenidade do Império que a foi gradualmente solidificando;
E porque, ainda hoje, altiva, representa o saber vencer as dificuldades que a Natureza oferece ao Homem, a ponte representa a essência da Construção e da Civilização onde nos alicerçamos.
E, no entanto, a simplicidade espelha-se ao mesmo tempo nela: um arco ou arcos de volta perfeita ou ligeiramente abatidos, apoiando-se em pilares, por vezes contrafortados, que lhes distribuem a força e que aguentam o embate das águas e que permitem ainda suster o peso dos tabuleiros e de tudo que sobre eles caminhará.
De madeira, de pedra irregular ou silharia regularizada, e ainda de metal, a ponte é verdadeiramente uma “passagem para a outra margem”.
Quero, a partir delas, fazer novas travessias e novas Itinerâncias entre tantos outros lugares de um território que foi cruzado milenarmente por múltiplos povos, como é o Sul de Portugal.
Um comentário:
Singular...eu ter falado de pontes antes de te ler aqui!
Bj
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