Imagem: Madressilva de Miróbriga
Dizia-me hoje uma amiga minha, comentando os textos que aqui editei designados «O meu amigo João», que uma pessoa nunca está preparada para tanta da má qualidade.
E que, pese as declarações de muitos no sentido contrário, ainda existe um grande preconceito contra a solidão.
No entanto, é na solidão que se forjam indivíduos, travando uma luta connosco próprios no sentido do ser, do crescer.
Dizia-me também ela, e com toda a razão, que a maior parte das pessoas não é boa companhia, exactamente, porque não sabe estar só e que, em contrapartida, há muita gente acompanhada que, se olhassemos com um olhar mais atento, conseguiríamos ver a crueldade ou falsidade com que forjam as suas relações.
Quando se trabalha a individualidade, está-se destinado à solidão das águias, que, como se sabe, não vivem em grupo.
Segundo ela só os parasitas é que vivem sistematicamente em grupo ... as pulgas... os ratos ... sempre aos milhares.
Mas não havendo dúvida que a poluição avança, vão-se desenvolvendo mais essas espécies e, em contrapartida, desaparecendo outras.
E que, mesmo sendo duro perceber que não se está do lado dos que são capazes de viver no lixo, é sempre preciso ter atenção e não colar o rosto aos parasitas porque nos matam se não nos damos conta da invasão.
Tal como quem não tem luz própria, precisa do saque da luz dos demais .......
Por isso recomendava que se limpasse amiúde o jardim interior, plantando novas árvores.
Porque uma pessoa não pode estar sempre a varrer destroços, a apanhar lixo do chão!
Rezando para que a águia algum dia apareça, ou continuando sempre a acreditar que com esse exercício da solidão a águia será ainda capaz de renascer!
Obrigada S.N.
2 comentários:
As águias, quando se aproximam dos cinquenta anos, isolam-se ainda mais, depenando-se elas próprias, para que novas penas possam crescer. Para que ela própria possa renascer.
Que o teu renascer seja assim!
Relativamente aos seres que mais se aproximam dos sesres "infestantes", dificilmente conseguirão um dia voar.
Mas, não te esqueças todos estamos a tempo de procurar uma luz própria. É preciso é querer, muito querer.
Talvez entenda agora melhor o teu silêncio, tanto mais que aqui no teu blogue já tanto nos vais deixando de ti.
Os líricos enfeites, as madressilvas, mães dos muros.
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