Barcos, que são formas esquivas,
cobrem a ria
oferecendo
a água da enchente a proa fina
São brancos quase todos
no princípio da
tarde a evidência da cal viva.
Gastão Cruz, Crateras, in Poemário 2008, Assírio & Alvim
segunda-feira, junho 30
sexta-feira, junho 27
Princesas na Rua da Princesa, Tróia
quinta-feira, junho 26
As minhas geografias afectivas
quarta-feira, junho 25
Para ti, parabéns
Que bom é ter lugar
nem que para isso se tenham que perder pessoas,
sítios, campos, casas, coisas mais ...
que bom é, mesmo assim, saber encontrar o nosso lugar
acre e doce, por vezes, o caminhar, mas é o nosso!
Afinal que posso querer eu mais?
Há caminhos que não voltam atrás, bem o sei,
mas há sempre novos que se trilharão.
Para ti António que tens aprendido a ser pai e a mostrar o Alentejo que te vai nas veias, parabéns pelo teu dia de anos.
terça-feira, junho 24
Fernando Pessoa (comemoração dos 120 anos)
Não sei o que ter possa de verdade
Do visto mundo a não-verdade triste
Ou que fruto, na planta em flor, resiste
Desconhecido até à realidade.
Como arco-íris que da chuva atravessa
Terra e céu frescos, após a bonança,
Real ou não, já cruza a esperança
O momento da nossa dor que cessa.
Mas se a dor real como mal é tida
Na esp'rança temos um melhor penhor;
Já que não devia a dor ser sentida,
P'ra procurar o homem tem motivo,
Se o Tempo se mede por idade e dor,
Que os prazeres do Tempo um melhor abrigo.
Fernando Pessoa, Poesia Inglesa, in Poemário, Assírio e Alvim
Poemas para o Futuro
«Doce é a vida daquele que se basta e daquele que trabalha
melhor é a vida daquele que encontra um tesouro.
O vinho e a arte alegram o coração
melhor ainda é o amor da sabedoria.
(...)
O amigo e o companheiro conhecem-se no momento oportuno
melhor ainda é a mulher para o homem».
Israel, Eclesiástico in Rosa do Mundo - 2001 Poemas para o Futuro
Ainda o Tarot
segunda-feira, junho 23
Hoje inauguração da exposição no Plum Project
Autora: Dulce Ferraz
Territórios do Brilho
Pregadeira, 2004 - 06
Prata e alumínio com laca
Japonesa e folha de ouro.
Inauguração da exposição «Jóia s. f. » no atelier Plum Project, hoje, segunda-feira, dia 23, pelas 18h00, e às 19h00.
Sobre a tua peça Dulce, direi (a pedido teu):
sobre a prata reluzente
constrói-se a palavra geminada
andrógino que tudo contém, antes da separação .....
domingo, junho 22
Porque hoje é Domingo: Doce "Espera Maridos" ou "Cinco Minutos"
Acorda-se cedo para cozinhar
doce "espera maridos",
desfazendo-se possíveis amantes em mil pedaços,
usando o um, dois, três,
bem como filhos e familiares
para ajudar a melhor picar.
Misturam-se insultos e ameaças de estalos, a completar
e semeiam-se inseguranças, muitas mentiras, para apurar.
E, se mesmo assim o doce não estiver de feição,
adensa-se com muitas mágoas, muitas dores,
tantos sofrimentos, para ajudar a rematar.
Que bom, e tão requisitado marido,
deste doce não vai gostar (pelo menos até enjoar)?
Até responderá "sempre gostei de ser bem tratado!",
quando dele os próprios familiares dizem que "usa e deita fora",
partilhando ainda assim da farta sobremesa, para comemorar.
Qual a amante que se assim não vai afugentar?
Diria eu, à laia de conclusão, pois nem tenho amante, marido, nem gosto de cozinhar e muito menos almoços de família ao Domingo:
Prilimpimpim ... a história chegou ao fim!
Ou, como diz a minha filha: Vitória, Vitória, acabou-se a história.
Porque, parecendo mentira, até poderia mesmo ser real.
História de que "tanto se vão orgulhar"! ...
porque, afinal, é só mais uma para a colecção!
E não há melhor lição que os pais aos filhos possam dar
do que se mostrarem apenas uns bons picadores mais,
para quem uns são "seus" e os outros demais ....
Amiga do meu amigo João, nada mais me contes, nada mais quero saber,
pois apenas há que amuralhar, amuralhar.
Bem fazes tu em não te deixar contagiar.
(Desculparás que a tua história tenha sabido contar, mas a vida é mesmo assim:
Quando público se quer pavonear, publicamente se terá que aprender.
Não soubeste, ou não saberias tu dar a cara pelo que havia a dar?
Sei bem que sim!
Mas também sei que o lixo não apanharás do chão. Outros o recolherão).
Pois eu agora vou mergulhar .... sim, está na hora de ir ver o mar!
Ainda sobre a Festarch em Cagilari, Sardenha
Ainda no mês da língua Portuguesa : Camões e Bocage
O Mundo todo abarco e nada aperto
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio;
O mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao céu voando,
Numa hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.
Se me pergunta alguém porque assim ando,
respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
Luís de Camões, Sonetos
O Adeus
Suave habitação da minha amada,
das Graças, e de Amor! Feliz morada,
Onde as mãos da Ventura
C'roaram minha fé singela, e pura;
Onde inflamado exp´rimentou meu peito
Que há no mundo também prazer perfeito
(...)
Adeus, sócios fiéis: e tu, querida,
Cujos olhos nesta alma, à tua unida,
O primeiro empregaram
Amoroso farpão, que dispararam,
Abafa os tristes, cândidos suspiros,
Com que me vibras perigosos tiros.
(...) Bocage, Canções, Lello & Irmão Editores
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio;
O mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao céu voando,
Numa hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.
Se me pergunta alguém porque assim ando,
respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
Luís de Camões, Sonetos
O Adeus
Suave habitação da minha amada,
das Graças, e de Amor! Feliz morada,
Onde as mãos da Ventura
C'roaram minha fé singela, e pura;
Onde inflamado exp´rimentou meu peito
Que há no mundo também prazer perfeito
(...)
Adeus, sócios fiéis: e tu, querida,
Cujos olhos nesta alma, à tua unida,
O primeiro empregaram
Amoroso farpão, que dispararam,
Abafa os tristes, cândidos suspiros,
Com que me vibras perigosos tiros.
(...) Bocage, Canções, Lello & Irmão Editores
sábado, junho 21
sexta-feira, junho 20
A cidade vista do Tejo
Para lembrar, no âmbito do Congresso Feminista
No próximo sábado, dia 21, às 17h00, no âmbito do Congresso Feminista, vai realizar-se o espectáculo «Marianas» - uma produção «arte pública», a partir de «Cartas Portuguesas» de Mariana Alcoforado e de «Novas Cartas Portuguesas» de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, acolhida no EspaçoKarnart» (Rua Escola Medecina Veterinária, 21)
Apresentação do livro de Clara Queiroz Se não puder dançar esta não é a minha revolução – Aspectos da vida de Emma Goldman por Irene Pimentel, na Livraria Assírio & Alvim.
Informação fornecida por C.D.
Apresentação do livro de Clara Queiroz Se não puder dançar esta não é a minha revolução – Aspectos da vida de Emma Goldman por Irene Pimentel, na Livraria Assírio & Alvim.
Informação fornecida por C.D.
Ainda a propósito de José Leite de Vasconcelos
Jogou Portugal - À Bettips, de novo
Pois jogou ... e perdeu!
3 a 2
A propósito de um belo comentário feito por uma amiga, sim, que assim a posso considerar, porque tão bem me lê já, nas entrelinhas, tudo muito bem, e com a calma com os seus belos cabelos prateados e penteados que lhe escorrem pelas costas todas as manhãs, lembrei-me ...
Porque estamos sempre nós desolados desejando um D. Sebastião, na esperança que regresse num dia de nevoeiro?
Ou que fique sempre latente, como uma penumbra, nas noites de luar?
Ainda a propósito do Scolari, bem como ao meu amigo João mais que Tudo - que perdeu o sinal, ou que está a aterrar para a festa do seu homónimo (coitado, aquele que morreu e cuja cabeça se passeou na bandeja, nas mãos de Salomé), ou provavelmente para a Feira de S. Pedro, porque nessas alturas perde sempre a comunicação (eu desconhecia, mas disseram-me há pouco tempo que nos países onde a segurança é levada mais a sério, quaisquer instrumentos electrónicos são desligados, não no momento mas, pelo menos, oito a dez dias antes de nos vaivem ou nas aeronaves se entrar, para despistar eventuais contaminações - , ou, centrando-me no que estava a dizer, relembrado também D. Sebastião, só me ocorre dizer:
- Bolas, aprendamos de uma vez, só faz falta quem está!
Se querem partir, que vão depressa para, pelo menos, não estragarem irremediavelmente as equipas com as suas despedidas ou vacilações.
Vão, vão, para onde o Destino ou a Sorte os chama!
Mas não apareçam, tal fantasmas em dias de nevoeiro, pela aurora, a tentar desassossegar quem quase deles já se esquecia, porque, repito-o, só faz falta quem está e de livre vontade quer ficar.
Boa viagem Scolari, parte de vez D. Sebastião ... ou fiquem se o assim desejam, mas para ficar, porque no nevoeiro dos fantasmas é que não os queremos mais!
Ainda há uma verdadeira Revolução a fazer em Portugal: matar de vez o Sebastianismo e, principalmente, não convencer tais figuras reais que Portugal sem eles vai eternamente perecer.
Porque, pelos vistos, até estamos todos de melhor saúde do que por vezes nos pintam, e não há nada pior para alimentar um bom D. Sebastião do que se adoecer, porque ele nunca mais vem...
Já bastou uma vez ter morrido Portugal ... e mesmo assim a Nacionalidade se retomou!
Boa viagem Scolari e todos os que desejam partir.
A errância vossa será e, estou em crer, não sei se algum dia encontrarão o vosso Paraíso Prometido porque a causa que vos fez partir não foi a melhor!
Eu cá, da minha parte, quebrei com uma jarra que me mandaram como presente voador a última fotografia que tinha em casa desse treinador!
Tudo menos arruinar o desporto nacional para que ele pudesse ficar ...
E, pelo sim, pelo não, vou mergulhar. Sim mergulhar.
A vida há que arranjar, pah - Ainda a propósito da Selecção Nacional
Imagens: portas de Cagliari
Aos meninos rui(nzinhos)
Há que aprender que cada coisa tem o seu lugar
tens razão, menino malcriado
altivo e sem condição
tentando ocupar o lugar que não é o teu,
porque talvez ainda não te tenham ensinado
que, nas histórias, cada um tem o seu papel, o seu lugar
Quando se copia os seus
não se tem necessariamante desculpa
porque a única razão de existir
não é o parecer, mas o ser
que não se herda, mas se procura
pelo meio de nuvens, mas sempre buscando a luz
Quem não aprendeu o que isso era, o valor da refracção,
na idade em que os galináceos como tu
para convictos tanta tendência têm,
mas sem Sonho, nem Grandeza ou Razão,
apenas poderei desejar, para usar a linguagem que entendes melhor:
que um dia aprendam, dolorosamente
sofridamente
o que é apanhar no ..
e a não gostar desse prazer, como eu!
Menino malcriado, sem convicção
galináceo és, mas era já idade, porque ela não perdoa,
do teu lugar conhecer...
da tua vida arranjar,
para que, com outros, possas e saibas conviver
Não se ameaça ninguém, nem tão pouco se insulta
quando não se conhece
e nem se sabe falar ou escrever,
nem tão pouco se sabe o que se está a dizer
Meninos como tu ... comiam-nos os comunistas ao pequeno almoço
sem agradecer!
Será que ninguém to conseguiu ensinar?
Mesmo com dor ou sofrer?
Meninos como tu ...
está na altura de aprender
que cada pessoa, cada coisa tem o seu lugar
mesmo o dar ou levar no ..
Também vais fazer agora queixas ao papá, à mamã
com quem, nessa idade, ainda estás a viver?
Ou terás tanto azar que são eles que te vão chamar
para o que não te deviam trazer?
Destinaram-te o lugar carrasco ou de capataz?
Servindo-se de ti para os outros ajudar a cilindrar?
Pois, a idade não perdoa, é uma verdade,
e já a terias suficiente tu
para não te pôr a jeito nesse papel,
Ou também os vais chamar para namorar ou não?
Algum dia te pediram ajuda para comentares os belos prazeres de tardes de litoral, quando em vez de estarem nos treinos,
se distraíam a olhar, a apreciar ou a comentar?
Há coisas onde não te devias meter,
outras que não ias gostar de saber.
Mas nem tão pouco tens que te pronunciar ...
Ou aprisionados ficam do teu querer?
Por isso só de deve ir à final se aos treinos conseguirmos passar!
Mas aí a culpa é do treinador, não te devia ter deixado entrar.
Se calhar é o teu mal,
porque meninos há que, com a tua idade,
juízes já são, de campo ou de tribunal,
mas de facto e de saber.
Só que para isso acontecer, tem que se ser
e há que querer aprender
não se pode só usar o corpo, a cama lavada, ou o copo na mão,
e, muito menos, a grosseria como condição.
É preciso ser, querer.
Se não to ensinaram, podes tentar aprender.
Talvez esteja na altura de conhecer o que é o SER
Que a idade não perdoa, isso não!
E não há tempo a perder ....
E a grande vantagem da idade
é saber que lixo não é desejar,
MAS É NÃO SE SABER O QUE SE QUER
E, POR ISSO, USAR A MENTIRA COMO SOLUÇÃO.
Há coisas onde não te devias meter!
Já vi tantos meninos como tu
que, por não saberem respeitar, ao caixote foram parar!
E outros tantos meninos e meninas em Monsanto,
que afinal tão bem julgas conhecer,
que sabem respeitar e fazer-se respeitar bem melhor do que tu!
Ou vais-me querer ensinar que somos filhos do pudor, do amor ou do prazer?
Pensa bem antes de responder!
Pensa bem, sim, antes de sobre os outros te manifestar ...
palavras soltas e ainda inéditas aos meninos mal educados (alguns deles a querem fazer parte da Selecção Nacional), como muitos desta geração, má imitação dos pais, os "belos machos" de Portugal, de um poeta anónimo que quis um dia imitar Mário Cesariny - Colectânea de Poetas Anónimos (no prelo)
quinta-feira, junho 19
Comemoração do 150º Aniversário José Leite de Vasconcelos
INTEIRO POSTAL
COMEMORATIVO DO 150º ANIVERSÁRIO DO NASCIMENTO
DE JOSÉ LEITE DE VASCONCELOS
1º DIA DE CIRCULAÇÃO: 7 de Junho de 2008
Foi aprovado pelo Governo, através da Portaria nº 420/2008, de 13 de Junho, elaborada a partir de proposta apresentada pelo MNA aos CTT, a emissão de um Inteiro Postal (postal ilustrado, já selado) alusivo à comemoração em epígrafe.
Os interessados poderão obter este espécime filatélico, com carimbo de primeiro dia, no MNA, no dia 7 de Julho, entre as 18 e a 20 horas (por ocasião da inauguração da exposição IMPRESSÕES DO ORIENTE, de Eça de Queirós a Leite de Vasconcelos) ou no dia 8 de Junho, durante o horário normal de aberttura ao público e dentro dos limites dos stocks ainda existentes.
Ciclo de Palestras sobre José Leite de Vasconcelos
Junho de 2008
Dia 24, 18,30 horas
O Etnólogo
David Pinto Correia
Joaquim Pais de Brito
Dia 25, 18,30 horas
O Arqueólogo
José Cardim Ribeiro
Carlos Fabião
Dia 26, 19,00 horas
O Linguista
Ivo Castro
Yara Vieira
ENTRADA LIVRE
(Informação obtida a partit do Archport)
E leia uma das mais belas obras que tem Portugal «Religiões da Lusitânia» de José Leite de Vasconcelos.
Parabéns ao Museu Nacional de Arqueologia por ter tido tal fundador. Que continue a sabê-lo honrar.
COMEMORATIVO DO 150º ANIVERSÁRIO DO NASCIMENTO
DE JOSÉ LEITE DE VASCONCELOS
1º DIA DE CIRCULAÇÃO: 7 de Junho de 2008
Foi aprovado pelo Governo, através da Portaria nº 420/2008, de 13 de Junho, elaborada a partir de proposta apresentada pelo MNA aos CTT, a emissão de um Inteiro Postal (postal ilustrado, já selado) alusivo à comemoração em epígrafe.
Os interessados poderão obter este espécime filatélico, com carimbo de primeiro dia, no MNA, no dia 7 de Julho, entre as 18 e a 20 horas (por ocasião da inauguração da exposição IMPRESSÕES DO ORIENTE, de Eça de Queirós a Leite de Vasconcelos) ou no dia 8 de Junho, durante o horário normal de aberttura ao público e dentro dos limites dos stocks ainda existentes.
Ciclo de Palestras sobre José Leite de Vasconcelos
Junho de 2008
Dia 24, 18,30 horas
O Etnólogo
David Pinto Correia
Joaquim Pais de Brito
Dia 25, 18,30 horas
O Arqueólogo
José Cardim Ribeiro
Carlos Fabião
Dia 26, 19,00 horas
O Linguista
Ivo Castro
Yara Vieira
ENTRADA LIVRE
(Informação obtida a partit do Archport)
E leia uma das mais belas obras que tem Portugal «Religiões da Lusitânia» de José Leite de Vasconcelos.
Parabéns ao Museu Nacional de Arqueologia por ter tido tal fundador. Que continue a sabê-lo honrar.
quarta-feira, junho 18
As alianças do meu amigo João - IV
Hoje, finalmente consegui ter condições para encontrar a amiga do meu amigo João.
Fui contar-lhe da aliança que ele me tinha deixado para ela, porque fazia questão de lha oferecer.
Claro está que a minha amiga, "sempre mais serena do que eu" me disse: diz-lhe que agradeço a intenção, mas que não a usarei, isso não.
Pelo menos, por ora, não me cabe na mão.
E também calma como lhe é habitual ripostou ainda:
"Com sorte e com as fugas do nosso amigo comum, tão difícil que lhe é resolver os dilemas, assumir em pleno as dificuldades que traz sempre a decisão, com sorte, ainda um dia destes, terá que comprar um terceiro exemplar.
Tão comum, tão típica é a situação, que se não parar muito depressa para se enfrentar, coisa que vejo difícil tanto tempo deixou passar entregue a indecisões, a pressões, que ainda fugirá, de novo, num remoçado processo de fuga que, aliás, o tem caracterizado nos últimos anos, e nada mais lhe restará do que oferecer a aliança a uma nova e grande paixão.
Quem sabe se não será assim que os dilemas vai resolver, se não parar depressa para pensar e para poder se enfrentar!
Guarda-a, portanto, guarda-a bem, pode ser que ainda lhe faça falta e a uma terceira mão vá parar".
Quase me surpreendeu a lucidez da minha amiga, quase me chegou a irritar, tão clara é na análise que faz das situações, tanto mais que eu ainda não consigo desculpar a falta de respeito pelos sentimentos dos outros de que é useiro o meu amigo João, mas, de facto, ela tem toda a razão!
Pena é para os que, ainda sem distanciamento, e que continuam a não querer imaginar que tal situação possa vir a ocorrer.
E mais penoso é ainda que, no meio disto, tenha eu voltado para casa com tal objecto de valor, pois nem ao nosso amigo comum a posso devolver, porque lhe perdi agora a comunicação.
Mas certamenre há-de aparecer e vou ter que lho dizer! Quem sabe pela altura da Feira de S. Pedro.
Ela serena ficou com as suas convicções.
Bem gostaria que ele assim fosse capaz de o ser ... mas não vislumbro que ainda esteja em condições!
De qualquer modo, vou ter que lho dizer, isso sim.
Até porque esta história quero acabar de vez ou então terei que depositar a aliança num cofre-forte suíco, na tal conta que gostaria de poder abrir e que não sei se algum dia o poderei fazer.
Fui contar-lhe da aliança que ele me tinha deixado para ela, porque fazia questão de lha oferecer.
Claro está que a minha amiga, "sempre mais serena do que eu" me disse: diz-lhe que agradeço a intenção, mas que não a usarei, isso não.
Pelo menos, por ora, não me cabe na mão.
E também calma como lhe é habitual ripostou ainda:
"Com sorte e com as fugas do nosso amigo comum, tão difícil que lhe é resolver os dilemas, assumir em pleno as dificuldades que traz sempre a decisão, com sorte, ainda um dia destes, terá que comprar um terceiro exemplar.
Tão comum, tão típica é a situação, que se não parar muito depressa para se enfrentar, coisa que vejo difícil tanto tempo deixou passar entregue a indecisões, a pressões, que ainda fugirá, de novo, num remoçado processo de fuga que, aliás, o tem caracterizado nos últimos anos, e nada mais lhe restará do que oferecer a aliança a uma nova e grande paixão.
Quem sabe se não será assim que os dilemas vai resolver, se não parar depressa para pensar e para poder se enfrentar!
Guarda-a, portanto, guarda-a bem, pode ser que ainda lhe faça falta e a uma terceira mão vá parar".
Quase me surpreendeu a lucidez da minha amiga, quase me chegou a irritar, tão clara é na análise que faz das situações, tanto mais que eu ainda não consigo desculpar a falta de respeito pelos sentimentos dos outros de que é useiro o meu amigo João, mas, de facto, ela tem toda a razão!
Pena é para os que, ainda sem distanciamento, e que continuam a não querer imaginar que tal situação possa vir a ocorrer.
E mais penoso é ainda que, no meio disto, tenha eu voltado para casa com tal objecto de valor, pois nem ao nosso amigo comum a posso devolver, porque lhe perdi agora a comunicação.
Mas certamenre há-de aparecer e vou ter que lho dizer! Quem sabe pela altura da Feira de S. Pedro.
Ela serena ficou com as suas convicções.
Bem gostaria que ele assim fosse capaz de o ser ... mas não vislumbro que ainda esteja em condições!
De qualquer modo, vou ter que lho dizer, isso sim.
Até porque esta história quero acabar de vez ou então terei que depositar a aliança num cofre-forte suíco, na tal conta que gostaria de poder abrir e que não sei se algum dia o poderei fazer.
terça-feira, junho 17
Parabéns Nô, minha princesa tunisina
O valor da amizade 2 - à Susana N que praticamente citei de memória
Imagem: Madressilva de Miróbriga
Dizia-me hoje uma amiga minha, comentando os textos que aqui editei designados «O meu amigo João», que uma pessoa nunca está preparada para tanta da má qualidade.
E que, pese as declarações de muitos no sentido contrário, ainda existe um grande preconceito contra a solidão.
No entanto, é na solidão que se forjam indivíduos, travando uma luta connosco próprios no sentido do ser, do crescer.
Dizia-me também ela, e com toda a razão, que a maior parte das pessoas não é boa companhia, exactamente, porque não sabe estar só e que, em contrapartida, há muita gente acompanhada que, se olhassemos com um olhar mais atento, conseguiríamos ver a crueldade ou falsidade com que forjam as suas relações.
Quando se trabalha a individualidade, está-se destinado à solidão das águias, que, como se sabe, não vivem em grupo.
Segundo ela só os parasitas é que vivem sistematicamente em grupo ... as pulgas... os ratos ... sempre aos milhares.
Mas não havendo dúvida que a poluição avança, vão-se desenvolvendo mais essas espécies e, em contrapartida, desaparecendo outras.
E que, mesmo sendo duro perceber que não se está do lado dos que são capazes de viver no lixo, é sempre preciso ter atenção e não colar o rosto aos parasitas porque nos matam se não nos damos conta da invasão.
Tal como quem não tem luz própria, precisa do saque da luz dos demais .......
Por isso recomendava que se limpasse amiúde o jardim interior, plantando novas árvores.
Porque uma pessoa não pode estar sempre a varrer destroços, a apanhar lixo do chão!
Rezando para que a águia algum dia apareça, ou continuando sempre a acreditar que com esse exercício da solidão a águia será ainda capaz de renascer!
Obrigada S.N.
Dizia-me hoje uma amiga minha, comentando os textos que aqui editei designados «O meu amigo João», que uma pessoa nunca está preparada para tanta da má qualidade.
E que, pese as declarações de muitos no sentido contrário, ainda existe um grande preconceito contra a solidão.
No entanto, é na solidão que se forjam indivíduos, travando uma luta connosco próprios no sentido do ser, do crescer.
Dizia-me também ela, e com toda a razão, que a maior parte das pessoas não é boa companhia, exactamente, porque não sabe estar só e que, em contrapartida, há muita gente acompanhada que, se olhassemos com um olhar mais atento, conseguiríamos ver a crueldade ou falsidade com que forjam as suas relações.
Quando se trabalha a individualidade, está-se destinado à solidão das águias, que, como se sabe, não vivem em grupo.
Segundo ela só os parasitas é que vivem sistematicamente em grupo ... as pulgas... os ratos ... sempre aos milhares.
Mas não havendo dúvida que a poluição avança, vão-se desenvolvendo mais essas espécies e, em contrapartida, desaparecendo outras.
E que, mesmo sendo duro perceber que não se está do lado dos que são capazes de viver no lixo, é sempre preciso ter atenção e não colar o rosto aos parasitas porque nos matam se não nos damos conta da invasão.
Tal como quem não tem luz própria, precisa do saque da luz dos demais .......
Por isso recomendava que se limpasse amiúde o jardim interior, plantando novas árvores.
Porque uma pessoa não pode estar sempre a varrer destroços, a apanhar lixo do chão!
Rezando para que a águia algum dia apareça, ou continuando sempre a acreditar que com esse exercício da solidão a águia será ainda capaz de renascer!
Obrigada S.N.
Estranhas formas de amar: o amor virtual ou o amor "esquizofrenico" como lugar?
sim querida, tá descansada. amanhã falamos com calma
i was looking for birds, intimity diz:
só tenho pena por causa das festas populares
mas prefiro-te cá em maio
ele diz:
pensei nisso tudo, mas não podia dizer que não
i was looking for birds, intimity diz:
eu entendo
ele diz:
talvez ainda apanhemos uns dias
i was looking for birds, intimity diz:
apenas te disse que te precisava ver, que te quero ver, para falarmos
ele diz:
daqui a dez dias já aí tou
i was looking for birds, intimity diz:
agora preciso de ti real, é verdade
.......................
ele:
podemos passar lá umas férias, junto dos deuses
i was looking for birds, intimity diz:
és o homem dos meus sonhos, o meu eterno namorado
ele diz:
gostas tanto da Grécia
i was looking for birds, intimity diz:
podes crer
ele diz:
ou é só de vez em quando?
olha hoje quero ver-te. pouco mais tenho para te dar
i was looking for birds, intimity diz:
Não quero nada. Não quero mais nada. Só a verdade.
ele diz:
vamos fazê-lo, vamos conversar com calma querida
..............
i was looking for birds, intimity diz:
quando vens?
ele diz:
querida não sei se segunda se terça. na segunda confirmo.
se já estiver
i was looking for birds, intimity diz:
amo-te ainda
ele diz:
tambem eu querida
olha querida vou ver sei notícias da viagem,
vai descansar, depois digo-te.
i was looking for birds, intimity diz:
mas diz-me que não silenciarás
ele diz:
até amanhã. amo-te
..............
...........
i was looking for birds, intimity diz:
quase te imaginava de viagem de novo
ele diz:
dizia-te, sabe-lo bem
..............
i was looking for birds, intimity diz:
já partiste? estás a ver o mar?
não, aterraste na superfície lunar, já perdeste, de novo, o sinal!!!!
..............
............
Como pode o virtual acentuar os processos de esquizofrenia?
Ou não, talvez nos possa libertar das tensões do "real"?
Voltarei ao tema, uma vez que situações como a que, apenas para exemplificar, acima tentei recriar (qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência, porque, como disse, trata-se tão somente de fruto da "imaginação") estão, por um lado, a agudizar situações de duplicidade psicológica, que merecem alguma reflexão, pois podem vir a ampliar essas mesmas fissurações, crentes que estejam os intervenientes que reinventam, efectivamente, numa outra "realidade" ;
Por outro lado, as relações vituais conferem a possibilidade de encontrar/viabilizar um lugar desprovido da carga de responsabilidade do dia-a-dia, podendo projectar os seus utilizadores, como num sonho bom, para mais felizes realidades/irrealidades.
E conheço casos que parte da plenitude da vida se alcança através do virtual, tanto a afectiva como mesmo a sexual.
Apenas importaria saber se os pares destas virtualidades sabem (ou não) que estão a participar de um jogo que tem que ter regras iguais. Ou que já não estão a confundir o real e o virtual!
Porque se assim fosse, bom ... que mal teria então???
Irrealidades sempre as houve, afinal. É como escrever uma boa história ou longas cartas que não se sabe se algum dia chegarão ao destino. É ser escritor a quatro mãos, como num concerto de piano.
Só que nem sempre estão ... e assim o sereno virtual torna-se somente uma prisão, impossível de "regulamentar"!
Ao tema voltarei, sim, porque este espaço em que tudo pode viver, em tudo se pode apagar, vale a pena ser muito seriamente pensado.
Aliás, como este blogue que amanhã se pode findar. Assim, apenas com um clicar num botão ... e a memória dele se esfumará!
Como será então a memória Amanhã?
segunda-feira, junho 16
Olá Cris
Sem a tua Cidade, a das Mulheres, ficava este luar sem graça!
Sem a vontade que te anima os dias e as histórias que consegues contar
ficaria mais pobre a rua por onde me passeio agora.
Para ti, pelo que és e me és, o Herberto Helder:
Ninguém tem mais peso que o seu canto.
A lua agarra-o pela raiz,
arranca-o.
Deixa sangue na boca.
Que seja a demonia: - a arte mais forte de morrer
pela música, pela memória.
H.H. Ou o Poema Contínuo
Jóias e Congresso Feminista
O Congresso Feminista 2008, a PIN - Associação Portuguesa de Joalharia Contemporânea e a plum project convidam para a Inauguração de «Joia, s.f. - Joia, substantivo feminino », uma exposição de trabalhos de joalharia contemporânea a inaugurar dia 23 de Junho pelas 18h na plum.
plum - Praça da Figueira, nº 7, 3º Dto.
Toda a programação cultural do congresso feminista 2008 será actualizada, no sítio internet
www.congressofeminista2008.org
O Congresso Feminista 2008 agradece ainda à Assírio & Alvim, Associação de Gravura Água-Forte, Biblioteca-Museu República e Resistência, C.E.M. (centro em movimento), ao Chapitô, Edições Livros Horizonte, Fábrica de Braço de Prata, Galeria Pedro Serrenho, Hot Clube de Portugal, KARNART C.P.O.A.A, PIN, Plum, Teatro da Trindade, e ao grupo de artistas e criadores/as que participou e ajudou a dar corpo à presente programação cultural do Congresso Feminista 2008.
No Brando Rumor da Vida, Sandro Penna
O Penúltimo Poema
"Também sei fazer conjecturas.
Há em cada coisa aquilo que ela é que a anima.
Na planta está por fora e é uma ninfa pequena.
No animal é um ser interior longínquo.
No homem é a alma que vive com ele e é já ele.
Nos deuses tem o mesmo tamanho
E o mesmo espaço que o corpo
E é a mesma coisa que o corpo.
Por isso dizem que os deuses nunca morrem.
Por isso os deuses não têm corpo e alma
Mas só corpo e são perfeitos.
O corpo é que lhes dá alma
E têm consciência na própria carne divina".
Alberto Caeiro; Ficções do Interlúdio
Cit in Diário 2008, Assírio & Alvim
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