«Os homens-lixo são também o produto de uma arquitectura de exclusão. (...) Os vagabundos não vagueiam já pela cidade, mas pelos seus defeitos, na busca incessante de erros e interstícios, fazendo das falhas dos projectistas os últimos redutos de um território precário. Trata-se visivelmente de uma guerra que transformou os arquitectos em militares, a quem se pede cada vez menos criatividade e cultura e se exige crescentemente uma eficácia extreminadora».
2 comentários:
Como consegues tu encontrar sempre a forma de lembrar, de pôr o "dedo nas feridas", de não calar de, a um modo teu, denunciar? E quantas vezes, mesmo ao longe, vislumbro a tua zanga com as mentiras, as indiferenças, as injustiças. Parabén, de novo, a ti.
Sobre esta edição, é bem verdade, que parece que todos nos fomos habituando a conviver com o lixo, a miséria, fingindo não a ver!
Não te cáles, portanto, nunca.
Obrigada pelo teu comentário. Apenas te posso dizer que, para meu bem ou mal, aqui tenho dito o que acho devia dizer. Mesmo quando sabia que podia ser incómoda, mal intrepertada, provocadora, mas fi-lo sem o temer, quando algo queria transmitir! Porque viver é sempre estarmos expostos a uma coisa qualquer! Na rua, no trabalho, com amigos ou desconhecidos. Somos sempre os mesmos, em qualquer lugar. Por isso, julgo-o, não vale a pena querer viver estando-nos sempre a esconder.
Por várias vezes disse que este blogue ia mudar o seu sentido. Talvez esteja na altura, com o ano a findar, não diria de mudar de sentido, mas, apenas, de sossegar. mas até ao fim do ano, vai sim continuar no mesmo lugar!
Afinal mudar o ano é tudo saber renovar ou recomeçar.
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