sábado, julho 12
Homenagem a José Leite de Vasconcelos
Teve lugar no Museu Nacional de Arqueologia uma homenagem a José Leite de Vasconcelos
"Leite de Vasconcelos foi um incansável peregrino do saber", disse à Lusa Luís Raposo, actual director do Museu Nacional de Arqueologia, uma instituição fundada em 1893 pelo investigador com a designação de Museu Etnográfico Português.
Na cerimónia, foi lançada uma fotobiografia do investigador, um volume com mais de 300 páginas e vários documentos inéditos sobre a vida e obra de Leite de Vasconcelos, incluindo cartas pessoais, bilhetes e fotos de viagens.
Leite de Vasconcelos nasceu a 7 de Julho de 1858, formou-se em Medicina e apresentou uma tese de licenciatura sobre a evolução da linguagem. Morreu em 1941 deixando uma vasta obra nas áreas da filologia, linguística, etnografia e arqueologia.
"Apesar da sua formação, a Medicina não era das coisas que o interessavam mais", referiu Raposo, apontando que dedicou apenas dois anos ao exercício médico.
Luís Raposo salientou a vasta correspondência do primeiro director do museu.
O Museu Nacional de Arqueologia acolhe actualmente cerca de "25 mil espécimes epistolares" de Leite de Vasconcelos, que teve mais de 4 mil correspondentes, indicou.
Para Luís Raposo, José Leite de Vasconcelos foi "um nacionalista" numa perspectiva "progressista", de interesse "por um território e as gentes que o ocupam desde as origens mais antigas".
Leite de Vasconcelos doutorou-se na Universidade de Paris com um estudo sobre dialectologia portuguesa.
O livro "As religiões da Lusitânia" e a fundação do próprio museu - que o investigador pretendia que fosse um Museu do Homem - são, no entender de Luís Raposo, as duas grandes obras de Leite de Vasconcelos.
Na celebração dos 150 anos do seu fundador, o Museu Nacional de Arqueologia inaugurou, também na segunda-feira, uma exposição intitulada "Impressões do Oriente. De Eça de Queirós a Leite de Vasconcelos" e lançou um postal comemorativo criado pelos CTT.
A exposição reúne fotografias (de um espólio adquirido pelo Estado português e integrado na Divisão de Documentação Fotográfica do Instituto dos Museus e da Conservação) que ficaram como registos de viagem, desde 1850 até 1890, na região do Médio Oriente, acrescentando-lhe "uma dimensão nacional", com apontamentos da viagem de Eça de Queirós ao Canal de Suez, em 1869, e de Leite de Vasconcelos ao Egipto, em 1909, para um congresso de arqueologia.
Uma das "preciosidades" que a exposição vai mostrar (até 31 de Dezembro) é o equipamento fotográfico que Leite de Vasconcelos utilizava, indicou o director do Museu Nacional de Arqueologia.
Informação obtida através da Lusa/ a partir de Archport
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