Pela primeira vez apetecia-me escrever um livro. Quero pôr a claro toda esta trama de sentimentos, despegar-me daquilo que me besunta. Criar em absoluto uma extraterritorialidade. ver as ligações das pessoas e das coisas projectadas num palco grego e sentar-me comodamente no anfiteatro. Dar palmas aos meus personagens evitando que eles enjoem pela banalidade. Cá de cima gesticular ao entardecer e movimentar em atitude tudo aquilo que entra pelos olhos dentro. Não sei se o teatro é melhor que o romance para eu sacrificar. Parece-me que sim - parece-me mesmo. Ela pertencer mais ao que não se descreve. Ela é mais o dizer e o evitar de ambiente.
Ruben A. in Diário, 2008, Assírio & Alvim
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