domingo, abril 7

Pudera eu




Pudera eu resgatar-te uma palavra
dizer-te que as minhas cores têm odor da terra onde nasci
pensar que lá iria pela tua mão

dizer-te que sofremos apenas porque não nos perdoamos
do amor que quisemos inventar

Pudera eu sentir o degelo no meu coração
e com a água fazer as ondas onde te vinhas banhar
até que enterradas estivessem todas memórias da dor

quem me dera que as imagens tuas
fossem o espelho das que te venho oferecer
mas há ainda caminho, tanto caminho a percorrer ...

mas sei que, um dia, não sei quando, nem em que lugar,
um grito virá cavo e abraçado a ti chorarei, mas num sufoco de paz

e as imagens todas se revisitarão.

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