no news, good news

Sei, sei-o bem, que há viagens que apenas sós podemos empreender.
Bons caminhos se abram em 2009.
E as notícias não tardarão, certa como estar aqui!





Que, de eco em eco, vá repercurtir-se
Pela formosa imperfeição da Terra ...»
« - Senhora minha, meu amor, lhe disse.
Sou a imagem de fumo e nuvem sou;
Ténue floco de espuma, à superfície
Da onda virginal que te criou;
Onda revolta e verde de esperanças,
Redemoinho genésico, a espumar;
Onda coberta de algas e de tranças
De ninfas e amorzinhos a nadar ...

Eu sou, Senhora minha, a criatura
Rendida dos teus olhos criadores;
Presa aos teus pés gentis da noite escura
Que só pisam espuma e trilham flores.
Eu sou aquele que ama; o rasteirinho
De corpo, e de alma clara e alevantada.
Sou a poeira que ergue, em teu caminho,
Tua saia com rendas de alvorada.
Sou invisível névoa de alegria
E de tristeza ...
Um fumo de ansiedade e de harmonia,
Envolvendo e animando a Natureza.
Sou aquele que sonha, extasiado,
E tudo admira!
E vê subitamente deslumbrado,
Que tem nas suas mãos a sombra de uma lira.
Eu sou aquele arbusto que se exalta
E se enternece ...
E, à luz mais alta,
É só além das nuvens que floresce.
Sou a terra que chora, terra viva-
De Portugal.

Herberto Helder, Edoi Lelia Doura