«Não se imagine, porém a mulher da Idade Média um ser apenas formado de crueldade e amor; menos se suponha que D. Teresa uma semelhante criatura. A condessa, infanta ou rainha de Portugal -porque de todos estes títulos usou - era também sagaz e astuta, qualidades que o filho veio a herdar com o sangue. Não tinha o ânimo varonil de uma amazona, mas tinha a perspicácia e juízo próprios dos príncipes desses tempos. Sabia moderar a cólera e engolir afrontas como a de Viseu, quando não podia vingar-se delas. O amor traduzia apenas uma exigência dos sentidos, deixando livre e independente a acção da inteligência. No meio das agitadas circunstâncias do seu governo, não deixou abandonadas as conveniências próprias, como dona e senhora do Estado português».
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