terça-feira, agosto 5

E cantou como canta a tempestade

Sou a tua voz, o calor do teu respiro,
sou o reflexo fiel da tua face,
o fútil estremecer de fúteis asas,
sempre contigo, até ao fim, haja o que houver.

Por isso me amas tão profundamente
na minha fragilidade, no meu pecado;
por isso me deste, num gesto impulsivo,
o melhor dos teus filhos;

(...)

Tal como a sombra que do corpo se desprende.
tal como a carne que da alma se separa,
também eu apenas quero que me esqueçam.


Anna Akhmárova, E cantou como canta a tempestade

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