quinta-feira, junho 18
Mulheres e Republicanismo (actualizado): hoje faria anos Ana de Castro Osório
Porque hoje faria anos Ana de Castro Osório e, no próximo ano, se comemora o centenário da implantação da República e não podendo esquecer que, para além de muitas outras questões em que, do meu ponto de vista, o novo regime permitiu a consolidação de valores universais como a Igualdade, Liberdade e Fraternidade, gostaria hoje de relembrar o fomento do ensino como um dos mais fortes investimentos feitos pela República em prole da Cidadania e das Mulheres.
Mas o que, particularmente, desejo hoje salientar é o papel que as mulheres desempenharam na implantação da I República e o que, posteriormente, puderam desempenhar, se bem que exigindo grande empenho e luta.
Assim, fui rebuscar o belo presente de aniversário que me haviam oferecido Mulheres e Republicanismo e citarei Ana de Castro Osório, fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas:
«Foi a mulher republicana quem educou muitos dos republicanos de hoje, foi a mulher que detestava a monarquia corrupta quem mais seguramente preparou este surdo estado de revolta, em que a sociedade portuguesa tem vivido ...
(...)
A revolta da mulher levou anos a explodir, mas nem por isso foi menos firme, nem por isso menos nociva ao velho estado de coisas.
Mas quando em Portugal a mulher, que é atavicamente modesta e presa a preconceiros, pôde reunir-se numa agremiação, como a nossa, ostensivamente política e de propaganda social, é que o regimen se devia ter considerado morto. Não era pelo mal que nós lhe podíamos fazer, mas era pelo que representava de sintomático para a monarquia em descalabro. Que eles avaliaram bem a força moral que a liga representava, prova-o o ódio que lhes votaram os reaccionários, o ridículo que sobre ela quiseram lançar, a guerra desleal e ignóbil que nos moveram individual e colectivamente.
(...)
A República precisa de nós; não lhe regatearemos o nosso apoio.
defendamo-la dos seus inimigos, defendamo-la dela própria se alguma vez fraquejar no seu caminho rasgadamente progressivo e libertador.
(...)
Não o esqueçamos! O povo português precisa de nós, que somos as suas mulheres, as mães dos cidadãos de amanhã, as educadoras, as companheiras livres numa sociedade libertada».
E repetiria , "a República precisa de nós".
Ana de Castro Osório: Escritora, jornalista, ensaísta e republicana convicta escreveu o primeiro manifesto feminista português, tendc pertencido a várias Associações e Comissões Feministas. saliente-se ainda que colaborou na elaboaração da lei do Divórcio (1910), tendo sido autora der muitos trabalhos de que salientaria «A Mulher no casamento e no Divórcio».
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