terça-feira, março 19
Poesia: O PONTO ZERO DA ESCRITA A COMEÇAR
Falo do Amor - a Loucura, regresso a um pré-tempo - talvez onde menos se esperava (de real que não houve tempo para escolher a Idade - em que Idade estamos?), onde menos se esperava pois não lhes era dado preservarem-se tal como eram ou do que fosse sem que isso lhes não destruísse as possibilidades de uma certa preparação íntima que continuará e será enriquecida ou mutilada, mas sempre irremediavelmente ligada ao que se quiser ou não quiser ser. A Poesia: Realidade Liberta - que de novo se fica só, abandonado e de novo se é a noite! OURO VERMELHO AZUL, PRETO.
António Maria Lisboa (1928-1953)
Poesia, in Poemário, Assírio & Alvim
Falo do regresso ao silêncio.
Porque há alturas para a poesia escrita
e outras do tempo da brisa e da nudez.
Quando finalmente há espaço para escolher a Idade.
Os bons amantes têm direito à paz,
ao mutismo dos reis.
Dormir em sossego, sem vestes, nem armas
apenas descansar. Sem demos de assalto.
Com os deuses de guarda, para os deixar sossegar.
Tal o desejem os humanos, ou não ...
(Há ainda Idade para História a criar).
O PONTO ZERO DA ESCRITA A COMEÇAR!
E a cortina vai fechar!
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Um comentário:
"os amantes têm direito ao mutismo dos reis" ... que bonito.
nada mais merece o acolhimento das almas grandes que o silêncio dos amantes; e que o saibam, de facto, ser!
Gosto dos teus murmúrios, nas palavras que escreves
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