sábado, fevereiro 16
É de gelo o meu coração?
Para o Ultraperiferico. Por me continuar a surpreender!
Canto-te
«Canto-te para que tu definitivamente
existas
Canto no teu nome porque só as coisas cantadas
realmente são e só o nome pronunciado inicia
a mágica corrente
Canto o teu nome como o feiticeiro invoca
a magia do remédio
Canto o teu nome como um animal uiva
de
Como os animais pequenos bebem nos regatos depois
das grandes feras
Canto-te
e tu definitivamente existes nos meus olhos
sempre abertos porque é sempre os meus olhos
são os olhos da criança que nós somos sempre
diante da imensidão do teu espaço
Canto-te
e os meus olhos sempre abertos são a pergunta
instante pendente de eu te interrogar».
Ana Hatherly, ,«Canto-te» in Um Calculador de Improbabilidades.
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