segunda-feira, maio 21

sexta-feira, maio 18

Os meus 55 anos: obrigada a todos.

Há dias especiais para todos nós, e porque eles também vivem do carinho que nos manifestam, esta é a minha forma de poder agradecer a todos, de que me recordarei sempre, repetindo-me. Já arrumei memórias, tantas e tantas mais. Já pari e, por isso, plantei uma árvore feita de esperança. Já chorei insónias longas, mas também muito sorri. Fiz os livros que ditam os mandamentos, tentando dar sentido às palavras que se foram cozendo entre si. Já passeei por jardins de luz, por entre silêncios e multidões. Já vi morrer e matar, guerras da vida que nem sempre são as naturais e tenho no peito uma rosa que não me deixa desistir. Enterrei mortos meus, cerrando as portas à descrença, e esqueci dores, transformando-as em lembranças, aprendendo a dizer-lhes até sempre, até já Já viajei, dentro e fora de mim sonhando prazeres que nem sempre encontrei. E, contudo, cruzei montes, vales e oceanos daqui e dali, julgando que os ia poder abraçar. Já tive amores e desamores mas crente sou ainda que o último é sempre o maior. Sei que o será. Já fui rica e pobre; fiz contas de somar e diminuir, saldando as que havia a pagar, cigarro aceso noite fora, sem saber como o ia fazer, Já avaliei e fui avaliada, testes mais não poderia haver, porque poucos humanos os conseguiriam passar. Já me preparei para morrer, encomendando aos Céus os testemunhos meus. Por isso, por isso e tudo o mais, agora quero e sem medo o direito a viver! E viverei sem esperar a licença de ninguém, porque não a pedirei, pois seguirei caminho, cruzando os mares da minha fé


 
Sei que tamb'em estiveste à tua forma!

Se lapsos houve devem-se a facto de não ter conseguido copiar, esperando que me perdoem as omissões.


Beatriz Montoito
Daqui algumas horas é 18 e, portanto 9 onde todos os números se resolvem pois, depois dele o 10, a volta a unidade. O número é sintético e minha mensagem de parabéns pode parecer sem calor humano, sem beleza, porém não é fato. Que a tua volta a unidade, esse novo caminho a trilhar, o construas em conjunto com o universo, te trazendo LUZ, ENTENDIMENTO, SAÚDE, PROSPERIDADE. Vida longa Filomena.
PARABÉNS A VOCÊ (versão especial de 44 quadras... para adormecer!)
Parabéns a você
Nesta data querida
Muitas Felicidades
Muitos anos de vida!!!

Hoje é dia de festa
Cantam as nossas almas
Para a menina/menino (nome)
Uma salva de palmas!!

Parabéns a você
Pelos anos que faz
Vá contando até cem
Para ver se é capaz!!

Hoje é dia de bolos
Para toda a cambada
Não se esqueça de pô-los
Numa mesa enfeitada!!

Parabéns a você
Neste dia festivo
Queremos vir cá "pró" ano
Pelo mesmo motivo!!

Hoje é dia de festejo
Apague as velas com força
E exprima um desejo
Há-de haver quem o/a oiça!!!

Parabéns a você
Já basta de cantar
Vamos todos "prá" mesa
Vamos todos "papar"!!

Hoje é dia de prendas
Espere um pouco e verá
"Pró"/"prá" Menino/menina (nome)
Boas coisas haverá!!

Parabéns a você
Neste dia aprazado
Veja lá se consegue
Que seja bem passado!!

Hoje é dia de farra
E por isso cantamos
Veja lá se agarra
Tudo o qu'nós lhe damos!!

Parabéns a você
Neste dia qu'existe
Vamos lá a sorrir
Não qu'remos ninguém triste!!

Hoje é dia bem cheio
Nele cabe um ano
Vamos dar-te/lhe de permeio
Um abraço muito humano!!

Parabéns a você
Neste dia especial
Não se repete muito
É periódico, anual!!

Hoje é dia d'alegria
vamos lá aproveitá-lo
Cantemos todo o dia
E p'la noite prolengá-lo!!

Parebéns a você
Neste dia sem par
Conte/a lá as velinhas
Até ao fim sem parar!!!

Hoje é dia de estalo
Não é um dia normal
Não há melhor "pra" passá-lo
Que uma festa, afinal...

Parabéns a você
Neste dia amado
"Pró"/"prá" menino/menina (nome)
Canta tudo afinado!!!

Hoje é dia dif''rente
É uma data incrível
Não se esqueça da gente
Até "pró" ano, se possível!!

Parabéns a você
que bem os merece
Coma lá um bolinho
E o resto, se lh'apetece!!

Hoje é dia feliz
Não há tristeza qu'entre
volte a ser um/uma petiz
Não só hoje, mas sempre!!

Parabéns a você
Eis o nosso desejo
Para a todos saudar
Não perca este ensejo!!!!!

Hoje é dia de truz
Não esteja assim parado/a
Não hesite, fala luz
Se se sentiu bem mimado/a!!

Parabéns a você
Para si, é o que queira
Barcos, casas, aventuras
E mesmo a terra inteira!!

Hoje é data festiva
Por um pouco, no seu mundo
Esqueça a rotina cativa
E viva um dia fecundo!!

Parabéns a você
Vamos lá a comer
Em sua homenagem
Também vamos beber!!

Hoje é dia de lazer
Não faça nada difícil
Pense só no prazer
Tido é primaveril!!

Parabéns a você
Dê vivas a todos
Afine a voz e cante
Espalhe alegria a rodos!!

Hoje é data marcada
Veja o seu calendário
É festa assinalada
É o seu aniversário!!

Parabéns a você
Neste dia que reluz
Não fuja, venha cá
Não s'arme em avestruz!!

Hoje é dia marado
Esqueça-se do juízo
E venha cantar o fado
Faço um louco improviso!!

Parabéns a você
Numa data bem viva
Mande "à fava" o trabalho
E as chatices qu'ele motiva!!
(ou "E até o diabo do IVA"!!: para a prima Rosa)

Hoje goza-se à brava
Dão-se coisas de pasmar
Dê-nos a sua palavre
De que só vale brincar!!

Parabéns a você
Estamos todos a rir
Faço o pino na mesa
Nós o faremos a seguir!!

Hoje o dia é noite
E a noite é dia
Não hav'rá quem pernoite
Daqui até à Anadia!!
("Daqui até à Curia!!", para quem seja de Anadia)

Parabéns a você
Estamos nóa a dizer-lhe
Venha cá confessar-se
P'ra que possamos valer-lhe!!!

Hoje é dia confuso
Tudo fica excitado
Rode como um marujo
E fique assim enroscado!!

Parabéns a você
Não me venha com fitas
Dê pulinhos no tecto
E faça caretas bonitas!!

Hoje não há limites
Mergulhe o dedo na água
Mesmo que se constipe
Não há razão para mágoa!!

Parabéns a você
Divirta-se, é só querer
Se quiser, dê piruetas
Ou desare a correr!!

Hoje não há uma lógica
Na ação, no pensamento
Há razão cronológica
Para asneiras, um cento!!

Parabéns a você
Nós estamos consigo
Ponha os ombros nas coxas
E os pés no umbigo!!!!!!!!!!!!!!!

Hoje é só maluqueira
Dê um grito bem forte
Continua a brincadeira
Seja a Sul, seja a Norte!!

Parabéns a você
Vá dizendo, sem enfado
Mesmo sem qualquer ordem
Tudo de que tem gostado!!

Hoje já foi repetido
Demasiadas vezes p'ra mim
Vamos ficar por aqui
Chega a Canção ao fim!!!

Carlos Eduardo da Cruz Luna/Estremoz, 24-Junho-2011

segunda-feira, maio 14

Testemunho (reeditado)



À minha filha.
Ao meu companheiro de longas viagens ...


Este blogue foi concebido como uma espécie de «diário de bordo» de experiências, sentidos e emoções.
Pretendia, quando o imaginei, fazer como que apontamentos das minhas vivências ou das minhas “geografias afectivas”.
Fixar imagens de sítios ou lugares, de sensações, onde parecia residir o equilíbrio do “território” que é o meu.
Pretendia ainda, não o escondo, com ele dar testemunho dos meus dias, partilhando com quem o lesse, mas, particularmente, com as pessoas a quem o dediquei, a minha filha, o amor e os amigos que me acompanharam estes anos, as histórias que os meus dias atravessam: sem medos, sem pavor das palavras e do testemunho, mesmo quando me assaltavam dúvidas e a angústia de não saber afinal como se tece o equilíbrio da vida.

Porque se desconhece o segredo dessa fina rede ou malha que torna os Humanos mais felizes, num tempo e num lugar.
Tentar partilhar também um pouco do equilíbrio inexplicável que parece residir em alguns lugares que, teimosamente, continuam a querer fugir a todas as dúvidas ou a todas as certezas que sobre eles se semeiam, tão alheios que se mostram estar de todas as nossas reflexões.











E aprender com esta partilha que os Sítios, as Coisas também têm tempo, desgastam-se, consomem-se, findam-se, levando com eles as estórias desvendadas ou eternamente encobertas, se não as soubermos escrever e contar.
Não podemos fugir sempre a esse Tempo, mascarando-o de uma possível Eternidade, plastificando-o até ao limite, como se tratasse do Retrato de Dorien Grey.
Porque a morte tudo espreita, tudo acaba por consumir, desvastar.
Havia, portanto, que partilhar, escrevendo!




















Foi, também, minha intenção testemunhar uma busca, um olhar, como que uma reportagem fotográfica, mostrando os múltiplos caminhos que tantas vezes atravessei, no encalço de um lugar pré-determinado, tentando ouvir as suas vozes, os seus silêncios, ou os seus mistérios.
Assinalando presenças físicas e emocionais, actuais ou passadas, e as marcas que deixaram no território, na paisagem; no corpo e na alma.
Buscando assim a Eternidade que mais não é do que uma procura, uma projecção, solitária e pessoal.

Porque espero, a curto prazo, mudar o figurino deste blogue, venho assim, como num manifesto, dizer que teria feito outro igual; mas está na altura de mudar e o transformar!

E há coisas que não se podem adiar.






















É uma despedida?

Não, porque nunca nos despedimos do que e de quem soubemos amar ...







Desenho: Um presente da Marta Wengrowius


Não tarda Lisboa está em festa ...




domingo, maio 13

À Bettips, pela palavra escrita, como construtora de História (reed. de 2008)


Algumas reflexões sobre «Património» (I de III) -

«Às vezes, como náufragos, precisamos de nos agarrar a uma reminiscência banal, para evitarmos que tudo se dissolva
na falsa enunciação da memória, na sua trágica encenação
de efeitos sem correspondência com a realidade».

António Mega Ferreira, Amor, Lisboa, 2002.



dos mecanismos da memória...

Se para os Humanos enquanto vivos a Ciência foi felizmente criando mil e uma soluções que contribuem para um melhor-estar físico ou psicológico, já para a comunidade médica se torna tão melindrosa a questão da eutanásia, ou seja o momento exacto em que se decide pela vida ou pela morte de alguém, mesmo que da vida apenas já exista um sopro.
A delicadeza sobre a decisão da morte de alguém, sobre essa intervenção irreversível/definitiva, é tão grande que, metaforicamente podemos dizer, estamos a colocar nas mãos dos Humanos uma capacidade que só aos Deuses e ao «destino» deveria caber: porque com a morte física sucumbe o gesto e a palavra que se proferiu, ou não, no momento exacto, e ainda porque com a morte física tememos o esquecimento e a não acessibilidade ao Eterno.
Ora se bem que acarretando com a mágoa da morte de alguém, do seu desaparecimento e dos momentos que se partilharam juntos, o indivíduo, ou a comunidade que lhe era próxima podem criar mecanismos ou rituais de recordação, já ao tratarmos memórias mais alargadas o processo é bem mais multifacetado.
Ou seja, se para a preservação das memórias individuais temos ainda uma certa tranquilidade, pois remetem a um processo em que a cada um cabe escolher, ou ter a capacidade de o fazer, sendo a triagem do se quer e se pode guardar, sacralizar ou esquecer, um caminho pessoal, no qual o indivíduo se socorre dos «auxiliares de memória» materiais ou imateriais próprios, quando equacionamos a preservação dos bens colectivos a decisão é mais complexa, até porque é exactamente de âmbito «comunitário».
Para além dos factores que se prendem com as memórias de um local, ou da relação íntima que se estabelece com algo ou alguém a que nos habituámos - será que não é também isso que enforma a História? - os aspectos simbólicos ou emblemáticos que a eles estão associados deverão, portanto, ser avaliados.



da memória colectiva...

A própria eleição do que é um bem cultural e a afinidade que com eles sente uma determinada comunidade, ao ponto de não o querer perder, é já por si difícil de caracterizar. O uso que se faz com esse bem, como se manipula, se utiliza ou se preserva coloca, portanto, questões de uma complexidade acrescida.
Exactamente porque muitas das decisões sobre a morte física de alguns bens culturais implicam alterações no espaço, nas simbologias e nas sociabilidades, cujos contornos nem sempre são previamente avaliados; e ainda porque, em contrapartida, muitas das conclusões sobre a preservação das memórias colectivas acabam por ser casuísticas e aleatórias, até porque perdidas estão muitas das necessidades ancestrais de marcação física e simbólica do território ou da sua georeferenciação, exige-se cada vez mais uma reflexão sobre o que, como e porquê, conservamos. Isto porque não podemos querer conservar ou reabilitar apenas cenários ou simulacros de antigas vivências, se perdidas forem todas as outras necessidades socio-culturais e afectivas a que davam resposta.
Porque afinal, em última instância, o «Património» não existe como entidade objectiva, ausente da memória.
Se tivermos em atenção que ao fenómeno de democratização das sociedades correspondeu uma certa perda de ideologia e da respectiva representação historicizante ou monumentalizante das comunidades e do poder que as representa ou subjuga, perda essa que já não permite responder com modelos tão deterministas à necessidade de projecções simbólicas, mais questões se nos levantam sobre a função da História e da preservação dos seus vestígios físicos ou imateriais.
Até porque a esse mesmo processo de democratização e de complexificação social que ela implica corresponde também uma proliferação de símbolos e de formas de representação do poder e do querer e um esbatimento do valor intrínseco de alguns emblemas historicizantes.


(F.B. in Revista de Estudos, IPPAR)

Parabéns Carlos, o nosso Amadis de Gaula

 






Lindo, o nosso Carlos, o nosso Amadis.
Porque consegue conviver com uma casa de cinco mulheres, mas onde já foram mais!
Ensinando Literatura Medieval, aprendendo ... e, principalmente, mimando muito.
Parabéns para ti.
Que a Senhora te tenha sido, de facto, Mãe!
E tu, sempre, o nosso cavaleiro.

quinta-feira, maio 10

Sim, em minha casa cabe outra flor

Encontrar a Vida, para além de tudo! Pensei certa manhã: por muito que vivas, já não viverás tanto como os anos que tens. Logo, tens que te preparar para morrer. Morri nesse dia. Mas morri para saber finalmente viver.

quarta-feira, maio 9

Não, hoje outra flor não haverá que não seja uma rosa (reed de 26.03.09.)












perdermo-nos assim na escuridão

acordar de repente

encontrar rostos belos e radiosos
e a mais bela rosa recordando que pode haver perfeição.
ET: Lembrei-me ainda de quem um dia tão bem escolheu o nome de uma colectânea de poesia e lhe chamou «A Rosa do Mundo».


O silêncio é uma rosa






e nela quero agora descansar ...

quarta-feira, maio 2

Gracias