À minha filha.
Ao meu companheiro de longas viagens ...
Este blogue foi concebido como uma espécie de «diário de bordo» de experiências, sentidos e emoções.
Pretendia, quando o imaginei, fazer como que apontamentos das minhas vivências ou das minhas “geografias afectivas”.
Fixar imagens de sítios ou lugares, de sensações, onde parecia residir o equilíbrio do “território” que é o meu.
Pretendia ainda, não o escondo, com ele dar testemunho dos meus dias, partilhando com quem o lesse, mas, particularmente, com as pessoas a quem o dediquei, a minha filha, o amor e os amigos que me acompanharam estes anos, as histórias que os meus dias atravessam: sem medos, sem pavor das palavras e do testemunho, mesmo quando me assaltavam dúvidas e a angústia de não saber afinal como se tece o equilíbrio da vida.
Porque se desconhece o segredo dessa fina rede ou malha que torna os Humanos mais felizes, num tempo e num lugar.
Tentar partilhar também um pouco do equilíbrio inexplicável que parece residir em alguns lugares que, teimosamente, continuam a querer fugir a todas as dúvidas ou a todas as certezas que sobre eles se semeiam, tão alheios que se mostram estar de todas as nossas reflexões.
E aprender com esta partilha que os Sítios, as Coisas também têm tempo, desgastam-se, consomem-se, findam-se, levando com eles as estórias desvendadas ou eternamente encobertas, se não as soubermos escrever e contar.
Não podemos fugir sempre a esse Tempo, mascarando-o de uma possível Eternidade, plastificando-o até ao limite, como se tratasse do Retrato de Dorien Grey.
Porque a morte tudo espreita, tudo acaba por consumir, desvastar.
Havia, portanto, que partilhar, escrevendo!
Foi, também, minha intenção testemunhar uma busca, um olhar, como que uma reportagem fotográfica, mostrando os múltiplos caminhos que tantas vezes atravessei, no encalço de um lugar pré-determinado, tentando ouvir as suas vozes, os seus silêncios, ou os seus mistérios.
Assinalando presenças físicas e emocionais, actuais ou passadas, e as marcas que deixaram no território, na paisagem; no corpo e na alma.
Buscando assim a Eternidade que mais não é do que uma procura, uma projecção, solitária e pessoal.
Porque espero, a curto prazo, mudar o figurino deste blogue, venho assim, como num manifesto, dizer que teria feito outro igual; mas está na altura de mudar e o transformar!
E há coisas que não se podem adiar.
É uma despedida?
Não, porque nunca nos despedimos do que e de quem soubemos amar ...
Desenho: Um presente da Marta Wengrowius
Ao meu companheiro de longas viagens ...
Este blogue foi concebido como uma espécie de «diário de bordo» de experiências, sentidos e emoções.
Pretendia, quando o imaginei, fazer como que apontamentos das minhas vivências ou das minhas “geografias afectivas”.
Fixar imagens de sítios ou lugares, de sensações, onde parecia residir o equilíbrio do “território” que é o meu.
Pretendia ainda, não o escondo, com ele dar testemunho dos meus dias, partilhando com quem o lesse, mas, particularmente, com as pessoas a quem o dediquei, a minha filha, o amor e os amigos que me acompanharam estes anos, as histórias que os meus dias atravessam: sem medos, sem pavor das palavras e do testemunho, mesmo quando me assaltavam dúvidas e a angústia de não saber afinal como se tece o equilíbrio da vida.
Porque se desconhece o segredo dessa fina rede ou malha que torna os Humanos mais felizes, num tempo e num lugar.
Tentar partilhar também um pouco do equilíbrio inexplicável que parece residir em alguns lugares que, teimosamente, continuam a querer fugir a todas as dúvidas ou a todas as certezas que sobre eles se semeiam, tão alheios que se mostram estar de todas as nossas reflexões.
E aprender com esta partilha que os Sítios, as Coisas também têm tempo, desgastam-se, consomem-se, findam-se, levando com eles as estórias desvendadas ou eternamente encobertas, se não as soubermos escrever e contar.
Não podemos fugir sempre a esse Tempo, mascarando-o de uma possível Eternidade, plastificando-o até ao limite, como se tratasse do Retrato de Dorien Grey.
Porque a morte tudo espreita, tudo acaba por consumir, desvastar.
Havia, portanto, que partilhar, escrevendo!
Foi, também, minha intenção testemunhar uma busca, um olhar, como que uma reportagem fotográfica, mostrando os múltiplos caminhos que tantas vezes atravessei, no encalço de um lugar pré-determinado, tentando ouvir as suas vozes, os seus silêncios, ou os seus mistérios.
Assinalando presenças físicas e emocionais, actuais ou passadas, e as marcas que deixaram no território, na paisagem; no corpo e na alma.
Buscando assim a Eternidade que mais não é do que uma procura, uma projecção, solitária e pessoal.
Porque espero, a curto prazo, mudar o figurino deste blogue, venho assim, como num manifesto, dizer que teria feito outro igual; mas está na altura de mudar e o transformar!
E há coisas que não se podem adiar.
É uma despedida?
Não, porque nunca nos despedimos do que e de quem soubemos amar ...
Desenho: Um presente da Marta Wengrowius
5 comentários:
Mas não partas ... deixa-te estar.
Precisamos do teu Luar!
Gosto deste campo, de coração desvendado. Os pedaços de ânforas delicadas, escavados ao sol.
Um lugar é isso, um apontamento de nós. O ontem já não é o agora. Assim o deixes fluir, amanhã, com a bondade pela vida que se adivinha nele.
Bjinhos
obrigada, Filomena. gosto muito do desenho que aparece neste post. tem autor(a)?
uma boa viagem, por este mundo dos registos, ainda que de uma forma diferente, reconheço-mo naquilo que a motivou a estar por aqui.
um pequeno mundo. a Marta Wengorowius é uma amiga que, apesar de não ver há muito, guardo no coração.
Gosto tanto dos teus textos e fotos! Ainda ontem me comovi profundamente com o do Gémeos. Acredito que irás certamente continuar a partilhá-los, seja aqui ou noutro espaço participativo.
Grata sou e segui-los-ei com toda a atenção.
Um grande beijo, querida Filomena.
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