sexta-feira, março 9

quinta-feira, março 8

Lua Cheia ..



Minha amiga Lina, escrevo-lhe esta carta, porque ando um pouco mais distante deste Luar, é um facto!
Mas hoje, dia da Mulher, regressei-lhe apenas para lhe desejar, em nome de todas as Mulheres com que tive a sorte de me cruzar ao longo da vida, algumas das quais aqui já tratei neste mesmo Luar, em «As Mulheres da Minha Vida», os melhores minutos deste dia a findar.

Sim, vale a pena tudo continuar ... porque, sei-o bem, o Luar sempre nos virá visitar,
pois não há vida sem o seu brilho, e nem a morte o vai apagar.
Desejo-lhe, assim, que não mate nem sonhos  nem convicções,
pois são elas que nos fazem cruzar caminhos e veredas, umas vezes de passo lento, outras quase a correr, mas são os trilhos nossos que temos que palmilhar
Obrigada por ter comigo visto o Luar a crescer no sentido do Céu.

segunda-feira, março 5

Obrigada Beatriz Montoito!

Beatriz Montoito


Para ti do além mar, do Portugal dos meus, dos teus.

Havia prometido como "presente" para teu aniversário, mas... envio antes, pois creio ser apropriado e explico. Hoje é um dia, um número, um mês que considero especial, por ser Shabat ainda (na hora qu postei no meu mural), por ser 9, e ser de Adar - 3 de março.

"Quando, onde e a que horas nasceste tu?" te perguntei um dia. Lembras? Eis ai então... tua data. É 17 Iyar 5717 a que penso que desconheces no calendário lunar, pois a outra no solar bem sabes. Foi um dia de Shabat então, e em 2012 esta data lunar vai cair em 9 de Maio. E creio ser bom se comemorares (no calendário lunar) e cair em Shabat fazer o tsedacá - uma caridade - na véspera. Todos nós temos um mês lunar, uma letra, uma sorte, uma tribo, um sentido, um controlador. Fazendo analogia observa que 17 também é o número que corresponde a 17ª lâmina – a estrela do mago no tarot. Mas eu sei muito pouco de tarot.

O mês que tu nasceste, Iyar, é chamado mês de "ZIV" que significa Radiância. E por ser Iyar também cognato de LUZ, creio que agora vais ter novas conclusões. Por ser Radiância, Luz, é um tempo propicio para a cura, e porque o nome do mês é um acrônimo, pois que em Shemot esta “Eu sou o Eterno, que te cura". Pois bem, na inicial hebraica do teu mês, Iyar, esta a indicação dela, da cura, porque ele forma uma expressão "Eu, D'us sou teu médico". A Luz é manuseada pelo mago no tarot, e mago deriva de meg. A magia surge do mago.

A letra é "VAV". Vav é um elo, porque ele liga Nissan e Sivan - pelo poder da Sefirot Haômer que começa em Nissan passa por Iyar e termina em Sivan. Para que saibas, Nissan é o mês do resgate, Sivan o do consentimento, da entrega. É a linha reta da verdade. Sendo Iyar o mês do renascimento espiritual em Nissan e da nova maturidade em Sivan.

Tua mazal - e esta palavra tu já sabes o que significa, pois nela tenho te falado, contudo repito, se trata da tua sorte - é "SHOR" que significa touro. Animal que significa individualidade. O Shor - a face esquerda ... - representa a origem espiritual da alma animal do homem, e é então em Iyar que o homem retifica sua alma animal, que refina seus traços de caráter enquanto se prepara para o entendimento. Mas...Shor também significa olhar, observar, até porque Iyar é o mês da introspecção.

A tribo é Isaachar que foi um erudito e é considerado o amo do segredo no calendário lunar por ter natureza contemplativa.

O sentido é o pensamento porque nele esta implicado chashav e cheshbon, assim no radical pensar esta o cálculo, e no outro a introspecção, a contagem e o peso dos atos.

O controlador é o rim direito como consciência, se relacionando pela ação concreta e material com o espiritual.

17 é tsadic que é justo

quinta-feira, março 1

O discurso no feminino: A mulher não nasce Mulher: «tem que aprender a ser Mulher» (reed. de de Maio 2008)















(À Mariana, todos os meus dias. À Nô que tão minha também é.
À minha mãe, por tudo que com ela aprendi, lutadora que sempre foi.
À minha família de seis mulheres, de novo, e sempre!
À Tita, à Cristina Duarte, à Ana Matos Sequeira, à Pascale, à Guida, à Carla Oliveira, à Elsa Caeiro, à Susana Correia, à Gabriela Cabeça, à Célia e a tantas outras mulheres grandes que tenho conhecido. Por tudo o que me ensinaram, cada uma de sua forma, sobre o que é ser Mulher)


Ainda a propósito de um texto de que muito gostei e que referi em edição publicada há um tempo atrás «Um jogo sujo, jamais despercebido», sobre a violência psicológica, violência que, sendo a mais grave e danosa, até porque é a socialmente mais escamoteada, gostaria de reflectir um pouco sobre o papel que a maioria das mulheres portuguesas continuam a desempenhar na manutenção do que mais cruel há para o crescimento dos seus pares e dos filhos, mais especificamente os rapazes.

Escamoteando temores, inseguranças, ou legítimas fragilidades(quem não as tem afinal? Quem tenha a veleidade de dizer que não as tem, que levante o dedo ... eu, certamente, não), quantas mulheres continuam a desejar que os seus maridos e filhos sejam eternas crianças, a quem ralham, mas a quem amparam toda a espécie de desaforos, acabando por os proteger, e a alimentar entidades forjadas, mesmo depois de terem sido confrontadas com a realidade e sendo conhecedoras do que consideram elas próprias enormidades cometidas contra a sua dignidade?

E, tal como alguns viciados, replicam sistematicamente o método, porque julgam que o mesmo surtirá o efeito desejado.
Pactuando com as suas meias verdades ou omissões... (acabei eu própria por já o ter feito, assumo-o, mesmo sem me dar conta de que o estava a fazer).

Só que não posso é conceber que esse seja um modelo sistemático, recorrente, e a forma de poder de muitas mulheres: a desculpabilização e desresponsabilização dos outros (os seus) como mecanismo de manutenção das relações familiares, culpando sempre o exterior de todos os acontecimentos menos agradáveis, como forma de salvaguardar a sua "estabilidade".
São torreões construídos com o eterno medo do exterior! Porque, para elas, é o exterior que tem semre inimigos a combater. Evitando o dentro que há para avaliar.

É, numa espécie de jogo de gato e de rato, com regras iguais ou similares, cumpridas pelos elementos do clã, usando pressões psicológicas, onde se perpetua a mentira, usando-se, tantas vezes, a chantagem como arma de arremesso, pois sem esse exterior "ameaçador", que há que combater a todo o custo, usando todos os meios possíveis, ficará difícil a manutenção da "realidade" em que se sustentam essas relações.

Porque, ao optar-se pela verdade, o que restaria para conquistar exigiria trabalho árduo, combativo, difícil, quase "arqueológico" ..., pois as relações que se baseiam na verdade são sempre muito difíceis de conquistar.

Assim Mulheres, enquanto houver uma mulher que seja discriminada, em casa ou no trabalho, por ter aprendido a ser mulher, de facto; a ter corpo, alma e olhar; por ser mulher apenas: ou enquanto houver mulheres que se sustentam alimentando o que de mais pernicioso há na infantilização e na desonestidade masculina que daí advém (cuja natureza é tão infelizmente condicionada pela educação que impele para a mentira, ou para a efabulação - perdoem-me os homens que souberam, efectivamente, crescer -) atacando as outras mulheres que aprenderam a sê-lo, pactuando e expandindo em todos os que as rodeiam o raciocínio mais machista que pode haver, que se sintetiza na frase tão tipicamente portuguesa «Mulheres honestas só há duas: a minha mãe e a minha mulher», enquanto existir tudo isso, serei FEMINISTA, sim senhor!

Como denunciarei a fome, um que haja que dela padeça.

Não me peçam que cale, pois calar é tão bem (também) consentir. É pactuar.
E pactuar com a chatangem, a ameaça e a mentira, mãe de todos os pecados capitais, é aceitar a ira, a soberba, a cobiça e todos os outros mais. E, contra isso, não me calarei!

P.S: Que fique claro que não estou a fazer qualquer discurso anti-família, anti-Homem ou anti-equilíbrio de grupo ou agremiação, independentemente das ideossincrasias que as todas possam ter.
Cada um saberá escolher e encontrar o seu caminho, desde que se respeite o exterior que, afinal, não é, não pode ser sempre a desculpa e o mal de tudo que nos possa acontecer.

Estou a denunciar, isso sim, e apelar à luta contra o uso da violência emocional, da chantagem como arma de arremesso contra quem não queria pactuar com a mentira, bem como denuncio a manipulação, usando ou "roubando" os afectos de outrém; estou a denunciar, reitero, o pacto com a linguagem machista que ainda serve de sobrevivência para tantos clãs.

E denunciar, também, as mulheres que, tratando os homens como eternas crianças, acabam por acusar as outras mulheres daquilo em os homens participam de pleno direito, vontade e desejo, mas, nem sempre, de forma adulta e responsável.
E ao agir assim, nunca crescerão!

Calar-me contra essa violência? Isso não, não me calarei.
Apenas porque a mentira e tortura emocional que dela advém é tão ou mais gravosa do que outra qualquer.
Sobre tudo o resto? Equilíbrios frágeis?
Todos os temos e resta-nos saber conquistá-los. Tarefa essa difícil, a nossa, dos Homens e das Mulheres!


Viva o ano das minhas mulheres.



Fotografia de tatuagem:
Eduarda Abbondanza

Para o Dia da Mulher: o meu Testemunho.

http://aeppea.wordpress.com/2011/03/08/hoje-e-dia-da-mulher/


Fotografia de Mariana Lampreia


http://aeppea.wordpress.com/2011/03/08/hoje-e-dia-da-mulher/

Bem sabemos que as datas servem apenas para rememorar. Como outras, somente ajudam a aglutinar acções, iniciaticas que se congregam à volta de um tema.
Contudo, o Dia da Mulher não é para mim um dia qualquer. É uma data em que se faz apelo à tentativa de resolver tanta coisa que ainda está por solver, pois, no Mundo, ainda há tantas mulheres que não sabem o que é o direito ao Trabalho, o direito à sua independência financeira, o direito à autonomia emocional, para não falar do direito ao seu corpo e à sua sexualidade que, pese proliferar o facilitismo no que respeita ao erotismo, pornografia e mesmo prostituição, continua a ser um dos maiores tabus sociais.
Aproveito aqui para levantar o véu sobre duas questões que, para além dos direitos à Igualdade de acesso ou de ocupação de “lugares” no mundo do Trabalho ou nas tarefas designadas por “domésticas” - que estão na ordem do dia, pois as crises, como é sabido, afectam ainda mais as mulheres - que continuam a ser, do meu ponto de vista axiais:

1 – Por um lado, porque continua a graçar uma enorme falsidade no julgamento moral que se faz sobre as mulheres que se sentem donas da sua alma e do seu corpo, aproveito para denunciar todas as formas de violência, a física e/ou psicológica, que ainda se exercem sobre o Universo Feminino, porque não é, infelizmente, uma questão de somenos importância, pois continuam, efectivamente, a estigmatizar-se as mulheres com autonomia moral e sexual;

2 – Por outro lado, como acima referia, e quase contrastando com o expresso no ponto anterior, mas que dele se alimenta, venho denunciar a prostituição escamoteada, ou tantas vezes doméstica, desculpabilizada sob as instituições socialmente aceites como o casamento (tão vil e vergonhosa como outra qualquer), a pretexto de falsos equilíbrios de clã, ou a totalmente desabrida que é mais do que sabido existir, em camadas cada vez mais jovens, fundamentalmente em países em que as dificuldades de acesso aos bens de consumo ou onde as crises econónicas e financeiras que assolam o mundo são mais graves e conduzem muitas dessas mulheres à prostituição.
Denuncio veementemente o efeito nocivo das dificuldades financeiras em que as Mulheres são ainda as mais lesadas e que conduzem quer ao aproveitamento subjacente ao "afecto sustentado" quer à “sexualidade fácil”, levando a pseudo-resoluções dos momentos de maior dificuldade.
É óbvio que também vai, cada vez mais, proliferando a prostituição masculina, quer a mais óbvia, quer a que se esconde ou escamoteia, através da manipulação dos afectos das "presas", e se veste, desse modo, de uma feição mais dissimulada, podendo, contudo, ser ainda mais violenta, pois disfarçada camaleonicamente usa e suga a afectividade de outrém. Mas a feminina continua a ter, sem dúvida, uma escala maior, pelo que sobre ela continuarei a reflectir. As redes sociais, um dos factores mais democráticos da nossa época, pois permite a troca de experiências, de saberes, de conhecimentos e de partilhas, tem tido também, está sobejamente comprovado, um papel lesivo de muitas formas de relacionamento, pois permite, para além dos aspectos vantajosos que mencionei, um tráfego fácil das formas mais prosmíscuas de ralacionamento entre os Homens.
É que ter direito ao Corpo e à Liberdade é um acto de independência moral e cívica que não se pode compaginar, do meu ponto de vista, com os consumismos do corpo como estrito “valor de troca e uso”, nem com as estéreis promessas de um amor ou lar eterno ou os pânicos da velhice.
Temo ser tomado o meu testemunho como prenhe de laivos de moralismo. Que fique claro que não o é, mas é apenas uma recusa muito clara ao fechar de olhos de uma moralidade serônia que se continua a defender, baseando-se nos valores arcaicos do machismo mais segregacionista, mas alimentado por tantas mulheres, e que, paralelamente, pactua com um dos grandes flagelos de toda a História da Humanidade: a prostituição, mais dramática quando se trata de jovens ou mesmo adolescentes.
Lembraria aqui o que se designa por “catorzinhas”, o que representa a própria expressão e o flagelo da sua prática corrente em determinados países do Globo.Viva, pois, a Mulher, o seu Dia e vivam as mulheres e homens que acreditam que ter corpo e alma quer dizer efectivamente: Igualdade, Fraternidade e Liberdade!

Não darei tréguas nem à falsa moral, violenta por natureza, nem às formas de consumo que acabam por contribuir para que as Mulheres não sejam, de facto, Seres Livres e Iguais!

Ser mulher, aqui e acolá


Independentemente das questões político partidárias veiculadas nesta fotografia  tirada em M'Banza Congo, Angola, por altura das comemorações do do Dia da Mulher Angolana ( da autoria de Paulo Percheiro que me autorizou a usá-la), é um facto que o direito hoje consignado legalmente das mulheres poderem participar activamente na vida política alterou totalmente as sociedades onde isso se passa. Mas não esqueçamos que ainda as há onde nem o homem e muito menos a mulher podem votar.

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É saber dizer estou aqui e igual a mim.