A Ponta da Piedade (nas fotografias) descrita por Manuel Teixeira Gomes, sétimo Presidente que a República Portuguesa teve, homem do mundo e algarvio de Portimão:
«Caminho estreito e arenoso, entre sebes de cornicabra por onde assomam com frequência as pás das figueiras da Barbaria, ali muito definhadas pela exposição e violência dos ventos reinantes.
(...) Ao longo da "Ponta da Piedade", e depois cercando-a, crescem no mar inúmeras rochas acasteladas, algumas ligadas por arcos naturais, e dispostas em tôrno de pátios onde a água se faz transparente como esmeralda líquida (...).
A água conserva-se até onde a vista alcança, no mesmo tom de turqueza molhada, e o corte perfeito da penha de Sagres, perpendicular, rectíssimo, acaba no horizonte a linha de costa.»
Manuel Teixeira Gomes, in Regressos
O território hoje designado por Algarve entrou na esfera de influência romana nos finais do século III ou inícios do século II, quando Gadir (Cádis) reconheceu a supremacia latina.
As fontes clássicas referem que foi ocupado, antes da chegada de Túrdulos e Celtas, na segunda metade do I milénio a. C., pelos Cónios, um povo de origem não Indo-Europeu.
Na costa algarvia quer Plínio, quer Pompónio Mela e Ptolomeu nomeiam a existência de uma importante localidade designada Lacobriga, entre as que também o foram no período compreeendido entre os dois primeiros séculos de dominação romana, situando-a Plínio entre as populações célticas e Mela refere-se-lhe junto ao Promontório Sacro ...
Na costa algarvia quer Plínio, quer Pompónio Mela e Ptolomeu nomeiam a existência de uma importante localidade designada Lacobriga, entre as que também o foram no período compreeendido entre os dois primeiros séculos de dominação romana, situando-a Plínio entre as populações célticas e Mela refere-se-lhe junto ao Promontório Sacro ...
Lacobriga deve ter devido a sua importância à produção de preparados de origem pescícola, como o denuncia a existência de conjuntos de cetárias.
O núcleo urbano deve ter sido abandonado a partir do século VII.
Se quiser conhecer um pouco mais de Lagos em Período Medieval, proponho a leitura de:
Entre Muralhas e Templos: a Intervenção Arqueológica no Largo de Santa Maria de Graça (2004-2005), coordenada por Marta Diaz-Guardamino e Elena Morán.
A obra centra-se na intervenção efectuada no Largo de Santa Maria de Graça (onde se teria implantado a Igreja Matriz de Santa Maria de Graça, que fora edificada no século XIV), onde se situava um cemitério medieval, utilizado durante a Época Moderna e Contemporânea, até ao século XIX.
No século XV, este cemitério recebeu a primeira sepultura do Infante D. Henrique, falecido em Sagres, tendo sido posteriormente trasladado para o Panteão Régio de Santa Maria da Vitória, na Batalha.
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