O SONHO foge nas pálpebras
A quarta vela exausta
dentro adormece do mar.
Os amuletos, tuas partes visíveis
Começam dentro do ar
O chamamento da deusa, metamorfose
De uma rapariga em mil e uma portas
Que o céu tilintando abre ao javali.
Agora só nos resta para escaparmos
à noite o claro susto das constelações
A falésia do amor
Onde nasce e tomba
E ressuscita
O séquito das mãos
A garça e o falcão.
Gil de Carvalho, Viagens, in Poemário
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