Episódio XV - Do Romanceiro Nacional
Está?
Ah, és tu PP. Como estás?
PP: Bem, mas farto deste calor e não poder ter um belo fim de semana por aí. Quero falar contigo. Alinhas numa conversa amena e num bom jantar?
- Pensei-te zangado, afinal em que ficamos? Desempatas ou não a loja?
PP: Oh pá, sabes bem que não gosto nada que a mulher fique a tratar das nossas Finanças. Ainda por cima não me disseste nada sobre os esquemas em que ela andava metida e que ainda oferecia tachos ao marido. Essa cena não vou mesmo aceitar. Sou um tipo possessivo e há coisas que não posso admitir numa coligação, onde afinal tenho que estar sempre na linha da frente.
- Opá e eu não gostei nada que andasses na palheta com os que não sendo sulistas já, são socialistas e elitistas. Uma cambada de gentinha com apetites e opiniões meio-esquerdalhas. Com manias de que as pessoas devem ter direitos iguais.
PP: Tu sabes como sou. Nada te escondi. Um pouco "Maria vai com as outras". Gosto de novas experiências e não lhes resisto. Mas isso não tem importância nenhuma, porque só depois disso percebo que é contigo que quero estar.
És, aliás, a única pessoa com quem quero mesmo estar. Confia em mim! Tudo o resto são manobras de distracção.
- Pois, mas fazes sempre o mesmo quando as coisas estão a correr mal. Baldas-te logo para outra cena qualquer e bates com a porta com todos ainda por cima a ver. Os daqui e os de fora.
PP: Opá, passa lá essa agora. Vamos é jantar bem, no melhor sítio de Cascais, porque já é tarde e não dá para apanhar um voo qualquer. Sempre sai mais barato do que os telemóveis que gastámos estes dias, com a agravante que podem ter escutas.
- Bora lá, mas é para falar a sério, porque foi a última vez que aturei birras e já estou a ter problemas demais com os do meu clube e das minhas agremiações. E a mostarda está a chegar ao nariz daquela louca velha da Ferreira Leite e outros tantos que a acompanham.
Mesmo o PR já não está a gostar.
PP: Olha, mas não é para me chateares, porque senão vou é já jantar com outro qualquer. Aliás é o melhor que tenho a fazer. Fica a nossa conversa adiada para a próxima semana.
O país pode esperar e pagar, pois ainda há tanto subsídio para sacar.
- Glup ......... és sempre a mesma coisa. Não é possível negociar.
Boa Sexta-feira dos homens como se diz no país onde nasci, onde a nossa zanga já serve de anedota nacional.
Quem sabe quando voltares a ligar eu já não esteja cá! Ou simplesmente mudei o número para não me importunarem.
É que mesmo os gajos da oposição se estão a portar bem demais, deve ser da caloraça, mas daqui a pouco e não tarda vão-me zunir bem na cabeça e, desta vez, com toda a razão.
E que vão os professores um dia ensinar sobre o que andamos cá a fazer??? Os tipos até têm aluma capacidade de nos censurar da História nacional.
Já agora, não desligues o telemóvel, como é habituall, não vá algo urgente mesmo acontecer do fim de semana.
E eu vou regar a horta, quem sabe chego a alguma conclusão!
Logo mais trago as reflexões ...
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