Lenta declina a luz e a noite vai
Entretanto azul no tardo entardecer.
Vaga e intérmita uma folha cai;
Subtil suspira um deus nesse descer.
De uma névoa lilás a lua sai
E quebra-se no mar sem se mover.
Sons e cores, vibrações, tudo se esvai num lânguido desejo de morrer.
Castidade da noite absoluta,
Num galho imaterial um siflo escuta
O segredo das flores que estão sonhando. Êxtase.
A eternidade passa perto.
Gotejam astros.
O mundo está deserto.
ó eu existo, fantástica ... esperando ...
Natália Correia, Antologia Poética
5 comentários:
Ó D. Filomena, então ainda há dias li no seu blogue que não concorda com a sinalização calêndária do dia "disto" dia "daquilo" e vem agora fazer tão grande referência ao dia da mulher, hummm....será que só gosta de assinalar aqueles que lhe são favoráveis???
um bom descanso
Bem metido o comentário, sim ....
É verdade, genericamente não gosto da vida marcada por calendários!
O Dia da Mulher é apenas um pretexto para chamar a atenção do que, do meu ponto de vista, ainda não está bem neste reino dos "céus" ....
Por exemplo, ainda hoje detendo-me nas escolhas de um Poemário que muito por aqui tenho citado, reparei que poucas mulheres ali estão publicadas. Porque será se tão boa escrita há no feminino?
Estes dias, esta semana será, para mim, como dizia aliás no texto em que fazia a recusa da "sinalização calendária" a que faz alusão (a propósito da mercantilização do Dia dos Namorados), um dos que aceito comemorar. Também nesse dizia que havia excepções!
Que cada vez mais mulheres se destaquem no mundo e sejam bem de inteligência bem feminina, com a doçura e a ternura, a persistência e a sagacidade como armas... Por isso, também, acho o (teu) trabalho tão importante!
Bjinho
è bom lembrar , ao ler a grande poetiza Natália Correa que o existencialismo não fora apenas o exclusivismo de autores masculinos
a todas as mulheres: um feliz 8 de março!
cris
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