quarta-feira, fevereiro 23

A Mulher e a Imigração em Portugal: tópicos para uma reflexão



Uma vez que pouco tempo tenho tido disponível para actualizar este blogue, pois outras tarefas tenho que levar a cabo que se relacionam com a tentativa de construir uma enorme ponte virtual entre Angola e Portugal, os dois países a que pertenço, não posso, contudo, de deixar e assinar a proximidade do «Dia da Mulher» para lembrar questões que é urgente tentar resolver, designadamente o das mulheres e homens imigrantes.
Assim, aqui vos deixo um texto de reflexão sobre a imigração em Portugal produzido para o Grupo «Angola em Portugal; Portugal em Angola» do Facebook.

Pese as tentativas de regrar a imigração no que respeita à legalização da figura do imigrante, é notória a tendência, no interior da União Europeia, para um “cerrar fileiras” contra a Imigração, que se manifesta num maior controlo das fronteiras e na perseguição dos/as imigrantes indocumentados/as, que se foram tornando, aliás, palavras de ordem das políticas migratórias na EU, como bem o demonstram a «Directiva das Expulsões e o Pacto Sarkozy».

É sabido que, em tempos de crise, o/a imigrante se torna como que um bode expiatório, utilizado tantas vezes para justificar a depressão económica e as más políticas sociais.

A realidade é que se continua a verificar a migração clandestina e o tráfico humano, com grande impacto no mundo feminino, onde as mulheres são ainda tantas vezes uma mercadoria sexual, bem como se sente de forma notória na mão-de-obra mais desqualificada e mais sujeita a ser desprovida de direitos essenciais.

Um dos fenómenos que urge combater também é a “guetização” de que têm sido alvo os/as migrantes e seus filhos/as, sendo claro em Portugal, como aliás na maioria das grandes cidades europeias, que a concentração de emigrantes se faz sentir em muitas das periferias das grandes cidades.

Também é sabido que as mulheres são as que mais sofrem com abusos laborais (menores salários, maior precariedade e mais desemprego), sendo o trabalho doméstico um dos sectores com maior presença de trabalhadores imigrantes do sexo feminino, situação comum em toda a Comunidade Europeia a que Portugal não sai da regra, pois uma grande parte das imigrantes desempenha a sua profissão neste sector de actividade, segundo dados da “Associação para a Defesa dos Direitos dos Imigrantes”.

Cabo Verde, Brasil e Guiné-Bissau são os países de procedência da maioria delas, sendo também significativo o número de trabalhadoras domésticas originárias da Ucrânia e de Angola.

“As trabalhadoras imigrantes, nomeadamente quando lhes é negada a possibilidade de regularizarem a sua situação documental, sofrem também mais violações de direitos do que as nacionais. E, se no elo mais fraco da cadeia encontramos às mulheres trabalhadoras imigrantes, aquelas que se dedicam ao serviço doméstico apresentam ainda uma situação de maior vulnerabilidade”.

“A especificidade deste tipo de relação laboral, que se desenvolve dentro do âmbito privado, favorece ainda mais a já de por si frequente exploração laboral da que costumam ser alvo as imigrantes. Muitas destas mulheres trabalham na economia informal, sem contratos, ao serviço de patroas/ões que não efectuam as contribuições à Segurança Social e, portanto, sem protecção perante situações de desemprego, doença ou reforma” (http://www.solimigrante.org/).

Em Portugal, no âmbito do trabalho que começou a ser desenvolvido, em 2006, pela “Solidariedade Imigrante”, o Grupo de Mulheres da Associação estabeleceu, a partir de 2008, importantes parcerias com outras entidades envolvidas na luta pelos direitos das mulheres, convergindo num trabalho de mobilização das imigrantes com a organização feminista UMAR e a Coordenadora Portuguesa da Marcha Mundial das Mulheres, “movimento global de luta pela eliminação da pobreza e a violência contra as mulheres, que denuncia o patriarcado e o capitalismo como sistemas opressores da humanidade e que promove a construção de um outro mundo, baseado nos princípios de igualdade, liberdade, solidariedade, justiça e paz”, considerando que se deveriam estreitar mais laços de organizações com responsabilidade nos Direitos do Trabalho, com particular ênfase nos Direitos à Igualdade de Acesso ao trabalho, à legalização e às condições em que se exerce esse mesmo trabalho, tanto mais que considero que uma organização como a nossa que defende princípios que defende não deve ou não pode ignorar uma situação que, a muitos níveis, é desumana e onde a tolerância parece ser uma palavra ainda sem sentido real.

Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres reafirmava a sua “utopia na construção de um mundo melhor baseado na paz, na justiça, na igualdade, na liberdade e solidariedade”. tendo promovido toda a gente a participar, a debater e a exigir o bem comum e os serviços públicos como direito básico e fundamental, o fim da violência contra as mulheres, a autonomia económica das mulheres e a paz e a desmilitarização. «Não queremos nem guerra que nos mate, nem paz que nos oprima. Até que todas sejamos livres».

Em Portugal, a programação da Marcha Mundial das Mulheres foi uma acção colectiva de várias organizações e pessoas, e incluiu acções de rua, marchas, oficinas, ciclos de cinema, debates, construções colectivas, palestras, partilha de testemunhos, um pouco por todo o país. (http://acidadedasmulheres.blogspot.com/2010/03/marcha-mundial-das-mulheres-2010.html

Para consulta do Relatório da OCDE / dados de 2008:

http://www.oecd.org/dataoecd/30/47/41275889.pdf

Para consulta de dados estatísticos da Imigração em Portugal promovido pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural / dados de 2009:


http://www.oi.acidi.gov.pt/docs/pdf/Estatisticas2009.pdf


website do ACIDI:

http://www.oi.acidi.gov.pt/modules.php?name=News&new_topic=6

terça-feira, fevereiro 22

Nas Casa do Alentejo, até ao próximo Domingo ...









Desde Domingo passado, na Casa do Alentejo, pode ver expostas as fotografias seleccionadas para uma mostra dos aderentes e colaboradores do Grupo «Alentejanos no Facebook».

A exposição fotográfica contou com a colaboração da Casa do Alentejo, do Município de Évora, do Turismo do Alentejo, das «Cantadeiras da Alma Alentejana»; do Programa «Vamos ao Alentejo» e da Rádio Alma Lusa.

Os elementos do júri foram Daniel Casado; Domingos Xarepe e Umbelina Fresco.

Ao Alentejo e ao Alento que, não sendo a minha terra natal, um dia me adoptou e me deu uma filha, fica, também um pouco através desta mostra, a minha Paixão.

segunda-feira, fevereiro 14

Fernando Pessoa, Quadras Populares (reeditado)

Em vez de saia de chita
Tens uma saia melhor
De qualquer modo és bonita,
E o bonita é o pior

Teus brincos dançam se voltas
A cabeça a perguntar.
São como andorinhas soltas
Que inda não sabem voar.

Tens uma rosa na mão.
Não sei se é para me dar.
As rosas que tens na cara,
Essas sabes tu guardar.





Levas uma rosa ao peito
E tens um andar que é teu ...
Antes tivesses o jeito
De amar alguém, que sou eu.










Tens um livro que não lês,
Tens uma flor que desfolhas;
Tens um coração aos pés
E para ele não olhas.

(...)




Ainda propósito, diria eu, desta coisa que chama "Dia dos Namorados" em que quase se obrigam as pessoas a "namorar", aproveitando pacotes de mensagens pré-fabricadas, de músicas de ocasião ou fins de semana promissores, prefiro ir a contra-vapor e oferecer-te estas quadras de Fernando Pessoa.
Porque a poesia voa sempre e leva-nos a um lugar qualquer.
.....
ET: Reedito porque estou de acordo com o comentário da Inês aqui deixado há uns tempos atrás e julgo que devemos aproveitar este dia para o reler.

sexta-feira, fevereiro 4

[Setúbal na Rede] - O Forte e a Ilha do Pessegueiro

[Setúbal na Rede] - O Forte e a Ilha do Pessegueiro

O Litoral Alentejano .... (reed. do mês de Agosto 2009)

[Setúbal na Rede] - O Forte e a Ilha do Pessegueiro




















































http://mirobrigaeoalentejo.blogspot.com/

Caso possa sair de Lisboa neste fim de semana ou nas suas férias, recomendo que vá ao Alentejo Litoral e espreite o que em Tróia, Santiago do Cacém, Sines e a Ilha do Pessegueiro, Vila Nova de Milfontes há para ver.

Aproveite e faça também um regresso ao tempo dos Romanos.


E se tiver a sorte de ser guiado pelo arqueólogo Rui Fragoso (C.M. Santiago do Cacém) à Ilha do Pessegueiro, ainda melhor; ajudá-lo-á também a contactar o Senhor Matias, que o conduzirá a partir do cais de Porto Côvo e tão bem conhece os segredos do mar e daquele lugar: a fauna, a flora; o construído - cetárias romanas, dos séculos II a IV; o que resta do forte filipino e as pedreiras mandadas fazer por Alexandre Massai, sem se terem obtido, contudo, resultados proveitosos para a construção do referido forte ... tudo isso pode ver naquele mágico sítio.



Telemóvel Sr. Matias: 965535683

Imagens 5 a 12: Rui Fragoso

Pequenas imagens: a partir de Google.

quinta-feira, fevereiro 3

Começou hoje o Ano Lunar

Porque começou hoje o Ano Lunar na Mongólia, porque 03.02.2011 representa o Nove e nove é o número perfeito, tanto que equivale ao Nada, ao Princípio e ao Fim, deixo esta nota, dedicando-a a quem comigo partilhou o seu começo.

Eles sabem quem são e como é importante iniciar um NOVO ANO LUNAR! Bem haja o que nos uniu e unirá.





Posted by Picasa


Tsagaan Sar

Tsagaan Sar (Mongolian: Цагаансар, lua branca) é o Novo Ano Lunar na Mongólia.


É comemorado frequentemente em torno do Ano Novo Chinês.
Contudo, o Tsagaan Mongolian Sar não se relaciona com o Ano Novo chinês, mas com Ano Novo tibetano ou Losar.

O feriado branco da lua é comemorado dois meses a seguir à Lua Nova do solstício de inverno.

Pode consultar-se:
http://e-articles.info/t/i/6641/l/pt/
http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/pt/Tsagaan_Sar
http://br2.mofcom.gov.cn/aarticle/aboutchina/publicholiday/200512/20051200995308.html